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Petrobras reduz preço do diesel em 7,9% e ganha competitividade ante importado

Placeholder - loading - Tanques de combustíveis da Petrobras na refinaria de Paulínia. REUTERS/Paulo Whitaker
Tanques de combustíveis da Petrobras na refinaria de Paulínia. REUTERS/Paulo Whitaker

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SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras anunciou nesta terça-feira que reduzirá em 7,9% o seu preço médio de venda de diesel para as distribuidoras, que passará a ser de 3,48 reais por litro em média nas refinarias a partir de quarta-feira.

A medida deverá elevar a competitividade do diesel da estatal frente ao produto importado, especialmente o combustível barato trazido da Rússia, enquanto pode ajudar a aliviar uma pressão de preços aos consumidores, já que há previsão de volta de tributos federais em 2024.

A redução do diesel é a segunda do mês. Em 7 de dezembro, a empresa havia anunciado corte de 6,7% para o combustível.

'O ajuste é resultado da análise dos fundamentos dos mercados externo e interno frente à estratégia comercial da Petrobras, implementada em maio de 2023 em substituição à política de preços anterior, e que passou a incorporar parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação', disse a Petrobras.

No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de 1,01 real por litro, equivalente a 22,5%, disse a empresa.

Ainda assim, o preço do diesel russo, que vem dominando as importações do Brasil -- já que o produto da Rússia está sancionado por parte do Ocidente em função da guerra --, estava mais barato que o da Petrobras, algo que pode mudar após o reajuste.

Segundo o especialista em combustível da Argus, Amance Boutin, o valor de uma carga de diesel russo estava em 3,41 reais/litro para entrega em janeiro em até dois portos do Norte e do Nordeste na última sexta-feira. No caso de produto não-russo, disse ele, o valor era de 3,50 reais/litro. No porto de Itaqui, o preço era de 3,70 reais/litro antes do reajuste da Petrobras.

'Sendo assim, o reajuste deve deixar o diesel S10 da Petrobras um pouco abaixo do preço do produto russo, considerando a alta das cotações internacionais hoje', disse Boutin.

Ele lembrou que a redução anunciada pela Petrobras era esperada pelos participantes de mercado, diante da defasagem entre os preços da companhia e os valores mais baixos no mercado internacional, enquanto é esperada uma reoneração completa dos tributos federais PIS e Cofins num valor de 0,35 reais/litro.

Em reais, a redução anunciada nesta terça-feira é de 30 centavos por litro.

'É uma medida para se antecipar à reoneração de PIS/Cofins... o pessoal do mercado também vinha falando que tinha espaço para reduzir... veio dentro do esperado', disse o ex-diretor da reguladora ANP Aurélio Amaral.

A Petrobras ressaltou que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.

Além disso, o mercado brasileiro também é suprido por algumas refinarias privadas, e o país importa cerca de 25% do óleo diesel e 15% da gasolina.

Para a gasolina, 'neste momento', a Petrobras disse que está mantendo estáveis seus preços de venda às distribuidoras.

Para o GLP, ou gás de cozinha, os preços de venda às distribuidoras da Petrobras permanecem estáveis desde 1 de julho.

Segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, chama a atenção o fato de a Petrobras não ter mudado nem a gasolina nem o gás de cozinha.

'Haveria espaço (para redução)', disse Pires.

Segundo relatório do Goldman Sachs, os preços do diesel e da gasolina ficarão cerca de 4%/1% abaixo da referência internacional, respectivamente.

O Goldman Sachs afirmou ainda em relatório que os diferenciais de 'crack' para o diesel ficarão em cerca de 34 dólares/barril, após o ajuste, enquanto o da gasolina são estimados em cerca de 14 dólares/barril, o que garante margens de refino 'saudáveis'.

(Por Gabriel Araujo e Roberto Samora, com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

Escrito por Reuters

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