PF pede ao STF nova prorrogação do inquérito dos portos que investiga Temer
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Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal pediu nesta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prorrogação por mais 60 dias do inquérito dos portos, que investiga se o presidente Michel Temer cometeu crimes na edição de um decreto ano passado que mudou regras portuárias.
A Procuradoria-Geral da República também deve opinar sobre o pedido da PF. Caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator desse inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), decidir se o aceita.
No dia 7 de maio, Barroso já havia prorrogado essa investigação também por dois meses e, no despacho, apoiou a concessão do novo prazo para a ultimação das diligências a serem realizadas no caso, na linha de parecer apresentado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Na ocasião, havia, por exemplo, depoimentos a serem colhidos e a análise de dados de quebras de sigilo bancário e fiscal de Temer e outros investigados no inquérito.
Recentemente, Barroso havia autorizado incluir a delação do empresário Lúcio Funaro no inquérito dos portos. Essa medida permite o compartilhamento dessas informações com a investigação realizada e a procuradora-geral da República poderá até mesmo usá-la em uma eventual denúncia do caso.
Em sua delação premiada, homologada pelo STF ainda no ano passado, Funaro havia dito que Temer tem negócios com a empresa Rodrimar e influiu diretamente na aprovação de uma medida provisória de 2013 --ainda no governo Dilma Rousseff, de quem era vice-- que mudou regras para o setor portuário.
Desde setembro do ano passado, Temer é alvo desse inquérito no STF sob suspeita de ter recebido propina, por meio do então assessor especial, Rodrigo Rocha Loures, para editar um decreto que teria beneficiado a Rodrimar em alterações legais para o setor.
O presidente, a empresa, os executivos dela e Rocha Loures sempre negaram ter cometido qualquer irregularidade.
Temer ainda é alvo de outro inquérito no Supremo, que apura se houve um acerto envolvendo propina em um repasse milionário da Odebrecht para ajudar em campanhas do MDB na eleição de 2014.
Escrito por Thomson Reuters
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