PF prende Alexandre Baldy em operação que apura desvios na Saúde
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Por Rodrigo Viga Gaier e Eduardo Simões
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Alexandre Baldy, que também é ex-ministro das Cidades e ex-deputado federal por Goiás, no âmbito de uma operação que investiga suposto pagamento de vantagens indevidas na negociação de contratos na saúde, informaram três fontes com conhecimento das investigações.
Segundo notas da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou o cumprimento de seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão na operação batizada de Dardanários, que tem como alvos empresários, agentes públicos e intermediários. A PF e o MPF não citaram o nome de Baldy.
O Ministério Público Federal disse, em nota, que um dos alvos é um ex-deputado federal e ex-ministro, e três fontes confirmaram à Reuters se tratar de Baldy, que além de deputado foi ministro das Cidades no governo do ex-presidente Michel Temer.
Em nota, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que as acusações contra Baldy não têm relação com a gestão do governo paulista.
'Portanto, não há nenhuma implicação na sua atuação na Secretaria de Transportes Metropolitanos. Na condição de governador de São Paulo, tenho convicção de que Baldy saberá esclarecer os acontecimentos e colaborar com a Justiça', disse Doria em nota.
Também em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo disse que os fatos investigados não têm relação com a gestão estadual e informou que agentes da PF foram à sede do órgão.
'Importante ressaltar que tal operação não tem relação com a atual gestão do governo de São Paulo. A STM colaborou junto à PF enquanto estiveram no prédio. Após as buscas, nenhum documento ou equipamento foi levado pela Polícia Federal', afirmou a secretaria.
Até o final da manhã, a Reuters não conseguiu contato com um representante de Baldy.
A operação desta quinta é desdobramento das operações Calicute, Fatura Exposta e SOS. Os mandados foram cumpridos no Rio, São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Petropolis (RJ), Goiânia e Brasília. Ao menos três mandados de prisão haviam sido cumpridos no início desta manhã.
Segundo as investigações, baseadas na delação premiada de ex-diretores da organização social Pró-Saúde, os alvos fariam parte de um esquema de contratações e licitações direcionadas para favorecer empresas e empresários.
'A operação tem finalidade de desarticular conluio entre empresários e agentes públicos, que tinham por finalidade contratações dirigidas, especialmente na área da saúde', disse a PF em nota.
Também em comunicado, o MPF disse que a operação, autorizada pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pelos processos da operação Lava Jato no Estado, apontou o suposto pagamento de vantagens para que agentes públicos intercedessem em favor de uma organização social em relac?a?o aos pagamentos do contrato de gesta?o do Hospital de Urge?ncia da Regia?o Sudoeste, em Goiânia, administrado pela Pró-Saúde de 2010 a 2017.
'Para possibilitar o pagamento de valores na?o contabilizados, os gestores da OS a? e?poca institui?ram esquema de gerac?a?o de 'caixa 2' na sede da Pro?-Sau?de, com o superfaturamento de contratos, custeados, em grande parte, pelos repasses feitos pelo Estado do Rio de Janeiro, os quais constitui?am cerca de 50% do faturamento nacional da organizac?a?o social (que saltou de aproximadamente 750 milho?es de reais em 2013, passando por 1 bilha?o de reais em 2014 e chegando a 1,5 bilha?o de reais em 2015)', disse o MPF.
Procurada, a Pró-Saúde disse em nota que 'desde 2017 tem colaborado de forma irrestrita com as investigações e vem adotando ações para o fortalecimento de sua integridade institucional'.
Os presos são investigados pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e após procedimentos de praxe, serão encaminhados ao sistema prisional, disse a Polícia Federal.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro, e Eduardo Simões, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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