PF prende suspeitos de receberem propina para proteger empresários de investigações
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Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira dois suspeitos de envolvimento em um esquema de recebimento de propina por policiais civis e federais em troca de que empresas e empresários fossem 'esquecidos' e 'retirados' de investigações em andamento, informaram a PF e o Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com a PF, ainda há outros dois mandados de prisão que ainda não foram cumpridos.
Além das prisões, também eram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão na segunda fase da Operação Tergiversação, que no ano passado já havia prendido um delegado que faria parte do esquema.
Entre os alvos da nova operação estão dois delegados da Poli?cia Federal, um delegado da Poli?cia Civil, sete empresa?rios e cinco advogados.
Segundo as investigações, agentes da PF e da Polícia Civil do Rio de Janeiro receberam propina de empresas e empresários que somam 10 milhões de reais. Advogados que teriam intermediado a negociação e ficariam com parte da propina também são alvos da operação.
O grupo é acusado de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, organização criminosa e obstrução à Justiça.
'Nessa nova fase, a investigação mira outros empresários que participaram do esquema de pagamento de propina para policiais em troca de proteção nas investigações realizadas em operações, e advogados que atuaram como intermediários das cobranças de vantagens indevidas dos empresários, e ficavam com uma parcela dos vultuosos valores pagos aos envolvidos', disse a Polícia Federal em nota.
Segundo o MPF, delegados da Polícia Federal chegaram a receber uma mesada dos empresários para informá-los com antecedência sobre eventuais investigações.
'Alguns empresa?rios mantiveram contato com os delegados de Poli?cia Federal, chegando a realizar pagamentos mensais de propina aos delegados para que estes ampliassem a protec?a?o concedida, buscando informac?o?es antecipadamente sobre operac?o?es policiais ou investigac?o?es que pudessem alcanc?ar os seus novos 'empregadores' e intercedendo junto a outros delegados que presidissem investigac?o?es de interesse dos empresa?rios', disse o Ministério Público em nota.
Escrito por Reuters
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