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PIB do Brasil cresce 4,6% em 2021 e recupera perdas da pandemia, mas enfrenta incertezas

Placeholder - loading - Consumidores caminham por rua comercial do Rio de Janeiro 16/09/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Consumidores caminham por rua comercial do Rio de Janeiro 16/09/2020 REUTERS/Ricardo Moraes

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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A economia do Brasil recuperou-se em 2021 do baque provocado pela pandemia de Covid-19 com o maior crescimento anual em 11 anos, mas a combinação entre inflação e juros elevados deve frear a atividade neste ano, envolto agora em incertezas provocadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou em 2021 crescimento de 4,6%, maior taxa desde 2010, quando houve expansão de 7,5%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A reabertura da economia permitiu a retomada da atividade depois de o PIB ter despencado 3,9% em 2020, sob impacto das medidas de contenção ao coronavírus, maior queda desde o início da série histórica do IBGE em 1996. Isso garantiu uma base baixa de comparação para o resultado do ano passado.

A leitura de 2021, entretanto, veio ligeiramente pior do que a projeção oficial do Ministério da Economia, de crescimento de 5,1%. Além disso, o PIB ainda está apenas 0,5% acima do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, e 2,8% abaixo do ponto mais alto na série histórica, no primeiro trimestre de 2014, segundo o IBGE.

O PIB terminou o ano com avanço acima do esperado de 0,5% no quarto trimestre sobre os três meses anteriores, contra expectativa em pesquisa da Reuters de crescimento de 0,1%.

O IBGE revisou números do primeiro e segundo trimestres de 2021, e o PIB apresentou crescimento trimestral de 1,4% entre janeiro e março de 2021 (taxa de +1,3% divulgada antes), com quedas de 0,3% no segundo trimestre (-0,4% antes) e de 0,1% no terceiro.

Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB teve expansão de 1,6%, ante expectativa de 1,1% nessa base de comparação.

FREIOS

Apesar da forte retomada no ano passado, o cenário para 2022 é bem menos impressionante, com perspectiva de a atividade perder fôlego já nos primeiros meses diante de um cenário de juros altos e inflação persistente, o que tende a frear tanto consumo quanto investimentos.

A taxa básica de juros Selic saiu da mínima de 2% e está em 10,75%, em um ciclo de aperto monetária promovido pelo Banco Central para tentar domar a alta dos preços que deve ter continuidade neste mês, quanto o BC volta a se reunir.

Somam-se ao quadro a variante Ômicron do coronavírus, bem como incertezas em ano de eleição presidencial, que deixa a cena fiscal sob os holofotes. E desde a semana passada entraram ainda na lista de interrogações a invasão da Ucrânia pela Rússia e como isso irá afetar a inflação e o crescimento mundial.

De acordo com economistas, a guerra pode impor mais um vento contrário à economia do Brasil via canal de inflação e juros mais altos, mas o salto dos preços de algumas commodities exportadas pelo país pode servir de contraponto.

INDÚSTRIA E SERVIÇOS

O grande destaque em 2021 foi a recuperação dos Serviços, o setor com maior peso na economia e o mais afetado pela pandemia devido à sua dependência do contato social. A atividade no setor aumentou 4,7% no ano, depois de contração de 4,3% em 2020.

Ainda do lado da produção, a Indústria apresentou crescimento de 4,5% em 2021, mas a Agropecuária recuou 0,2%.

Nas despesas, a Formação Bruta de Capital Fixo disparou 17,2% em 2021. O consumo das famílias cresceu 3,6%, e o do governo, 2,0%.

Em relação ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram alta de 5,8%, enquanto as Importações dispararam 12,4%.

Escrito por Reuters

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