Podcast Lado Pessoal - Ricardo Emmerich - Manager Director da HPE Brasil
Com Millena Machado
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Apresentado pela Millena Machado, Lado Pessoal vai te levar até o universo particular dos CEOs. Com um formato descontraído, você vai conhecer aspectos da vida pessoal, decisões impactantes, mudanças de localidade, e, ainda, qual música inspirou os momentos importantes na vida de cada um dos CEOs.
Transcrito:
Legendas:
MM = Millena Machado (Apresentadora do podcast, Lado Pessoal).
RE = Ricardo Emmerich (Entrevistado)
Está no ar Lado Pessoal, com Millena Machado, o podcast de entrevistas da Rádio Antena 1! Vinheta da Antena 1.
Música de introdução deste podcast: Stand By Me – Interpretado por: Movimento Playing for Change.
[0:00:28] – MM: Olá...!! Está no ar, Lado Pessoal, o podcast da Rádio Antena 1. Eu sou Millena Machado, muito prazer! A partir de agora vamos, juntos, descobrir o que pensam, como decidem, o que inspira os executivos que comandam as empresas mais admiradas do Brasil. Hoje, revelando seu lado pessoal pra gente, o Managing Director da Hewlett Packard Enterprise – HP Brasil, Ricardo Eemmerich, mais conhecido como Emmerich. Emmerich, seja muito bem-vindo!
[0:00:59] – RE: Olá Millena... Muito obrigado! Eu é que agradeço aí o convite, a oportunidade de participar; estou acompanhando aí o podcast de vocês, e é uma honra estar no meio de tantas pessoas interessantes, tantas pessoas importantes com todas mensagens bacanas que eu acho que servem pra todo mundo.
[0:01:16] – MM: Que bom!! E você é uma dessas pessoas interessantes, por isso a gente te convidou, e eu tenho certeza que tudo que você vai contar pra gente, aqui, vai ser muito inspirador, vai ser relevante, as pessoas vão curtir e aproveitar muito aí pra vida delas. Eu já quero começar entendendo porque você escolheu a música Stand By Me, na versão cantada e interpretada pelo Movimento Playing For Change e não na versão original do Ben E. King né, porque você escolheu essa música? Porque você gosta de escutar essa música nessa versão?
[0:01:42] – RE: Bem, primeiro que eu acho que a melodia, a música, ela é maravilhosa; segundo porque eu acho que a forma que ela começa... ela começa, exatamente, falando: “olha, não importa quem você é, não importa quanto dinheiro você tem, você sempre vai precisar de alguém”... Eu acho que isso faz, exatamente, a conexão dessa parte humana que nós temos que, realmente, a gente está sempre buscando alguém, e quando a gente está com alguém a gente está melhor. E, efetivamente, essa interpretação, se todo mundo tiver a oportunidade de ver no youtube, ela é fantástica porque ela começa com um ambiente totalmente diverso. Então, primeiro que ela começa com cantores que não são os grandes... as grandes estrelas e, depois, ela vai fazendo a conexão e mostrando como a diversidade, como você pode conectar cada um e fazer com que a gente tenha uma melodia, uma música, uma vida tão brilhante! Então, são muitas mensagens que eu vejo e isso me anima muito, sempre que eu escuto essa música ela me toca muito, acho que tem muito a ver, até com o meu estilo de ser, o meu estilo de servir, de estar próximo às pessoas.
[0:02:44] – MM: {Renan, separa esse trechinho aí do começo pra gente escutar, rapidinho, porque, realmente, muito diferenciada essa versão de Stand By Me pelo Playing For Change}. Já já a gente vai escutar. Enquanto o Renan prepara esse comecinho pra gente ouvir aqui, eu queria saber se você compartilha dessa mesma visão de mundo que o Movimento tem né, de que a música, ela é não só capaz de inspirar, de conectar o mundo, mas, também, de atravessar fronteiras, de encurtar distâncias... Você sabe tocar algum instrumento musical?
[0:03:13] – RE: Eu acho que eu... Essa é uma das áreas que eu tenho a maior oportunidade na minha vida porque, efetivamente, eu não toco nenhum instrumento musical, eu até... quando a gente era pequeno, e meu pai canta muito bem, a família do meu pai canta muito bem, eu sempre era aquele que ficava num cantinho só dublando porque eu sabia que, realmente, não era a minha arte.
[0:03:34] – MM: Olha! Seu talento está aonde, então, se não está na música?
[0:03:38] – RE: Rsrsrs... Eu acho que está na convivência com as pessoas, na liderança, na amizade que eu consigo fazer, conectar todo mundo. Mas, realmente, talvez, olhando pelo Playing For Change acho que eu estou mais... é... no ritmo, conectando a todos, do que efetivamente liderando, através da música, liderando através da minha voz ou até de... de instrumento.
[0:03:58] – MM: Vamos ouvir, então, o trechinho inicial dessa versão do Playing For Change, pra Stand By Me, vamos ver:
“This song says, no matter who you are,
No matter where you go in your life
At some point you're going to need
Somebody to stand by you.
Oh yeah! Oh my darlin' stand by me !....”
(música tocando ao fundo)
[0:04:16] – MM: Emmerich, quem que está ao seu lado em todos os momentos da vida? Você tem uma ou mais pessoas que você considera, assim, os seus alicerces?
[0:04:26] – RE: Ah, não tenha dúvida! Primeiro, obviamente, que vem a minha esposa, é... eu estou há... falo que eu estou há 27 + 7 né, porque eu namorei 7 anos e estou casado com ela há 27 anos, então ela... ela sempre esteve ao meu lado, desde a época que eu estava como estudante e até agora, até esse momento, e os meus pais também, sempre estão ao meu lado, a minha família, minhas irmãs, meus cunhados, que hoje eu acho que eu tenho muita, muita amarração por minha família, e algumas decisões que eu tomei na minha vida foram exatamente em função da minha família.
[0:04:57] – MM: Olha só! E como é que você lida com os conselhos que recebe da família, com as críticas, com os elogios, com os posicionamentos de vida, como é isso pra você, contar com os alicerces?
[0:05:10] - RE: É, eu acho que são... primeiro são pontos de experiências né, cada um tem experiência mesmo que seja... por exemplo, a minha esposa que não está na área de tecnologia, ela é psicóloga, então ela está numa área totalmente diferente, mas ela traz um pouco da sensibilidade que, talvez eu, num mundo mais é... mais executivo, mais extas, acaba não tendo. E, os meus pais, por exemplo, da experiência deles de vida, e muito mais do que palavras, eu acho que foi toda a observação que eu tive da forma como eles construíram a família; então, eu acho que isso é que faz com que a gente tenha... Então, muitos dos ensinamentos que eu tenho, hoje, deles, talvez nem eles saibam que eles foram tão importantes e que me tocaram tanto nesses ensinamentos através de demonstração do dia a dia da vida deles.
[0:05:52] – MM: E como é que você demonstra isso, essa contribuição toda? Você pratica a gratidão diariamente, como é que é, assim, o seu jeito de ser?
[0:06:01] – RE: É, é difícil a gente falar que nós praticamos a gratidão; eu espero que sim, eu espero que eu seja, realmente, alguém que possa, de alguma forma, retribuir tudo que eles fazem por mim né; eu tenho maior prazer de estar com eles, eu acordo muito feliz em estar com eles, eu tenho, assim, como uma das principais ocasiões, e eu não sou um cara de grandes festas, mas eu só um cara de grandes reuniões pessoais; eu adoro estar com eles, eu sinto falta não poder estar com eles, nem que seja pra gente poder conversar sobre a vida, sobre o dia a dia, ou até assistir uma partida de futebol; eu sempre gosto de estar muito com eles.
[0:06:38] – MM: Marca presença né! Esse contato físico pra você é importante. Então, nesse momento de pandemia deve estar sendo sofrido o isolamento?
[0:06:45] – RE: Foi muito difícil! Agora que a gente está começando a ter... agora com todo mundo vacinado, a gente está começando a ter algum contato, mas a gente usou muito da tecnologia e fizemos as brincadeiras através da tecnologia, fizemos as conexões através da tecnologia, pra manter, de alguma forma, as imagens, as vozes, que a gente acabou extrapolando aí do que era o contato pessoal. Mas não tenha dúvida que não tem nada que... que um abraço, um beijo de mãe possa ter algum... algum tipo de substituição né.
[0:07:16] – MM: É... E como é que é a sua liderança? Você lidera mais pelas críticas, pelos elogios, pelo exemplo... Como é que é você no dia a dia no trabalho? Como é que você alcança as pessoas, engaja as pessoas que estão com você no seu time?
[0:07:29] – RE: É... Eu já tenho 30 anos aí de experiência, mais de 30 anos de experiência no mercado de Tecnologia da Informação e tive várias experiências com diferentes pessoas, diferentes lugares, e isso trouxe pra mim uma... um primeiro conceito que é poder entender como tirar o melhor dos melhores e, muitas vezes, isso quer dizer a gente poder se adaptar, nós como líderes, nós podemos nos adaptar aos modelos aonde eles conseguem alcançar o melhor resultado. Então, uma das formas que eu faço é tentar criar o ambiente, eu acho que muito mais... quando eu crio o ambiente eu consigo fazer com que eles possam fazer o show. Então, na mesma forma que a gente falava do Playing For Change, ou seja, eu acho que eu crio a banda, eu coloco eles todos pra tocar, e a partir desse momento eles tocam, eles fazem o show.
[0:08:16] – MM: Que curioso isso, né, porque você tem essa questão humana bem forte nas suas respostas e o seu trabalho é muito focado no racional né, no lado exato da coisa, nos números, na programação, nessa coisa do padrão. Você ...é... Quando você percebeu que a sua vocação iria pra esse lado mais exato da vida? Como é que foi decidir fazer Análise de Sistemas na PUC, depois fazer Administração de Empresas na FGV... Como é que... Como é que isso nasceu?
[0:08:45] - RE: É, isso começou lá atrás quando eu comecei a ter o primeiro contato com tecnologia da informação, fazendo cursos aí de programação e tendo meu primeiro CP-200 né, era uma... uma coisa maravilhosa, que era um computadorzinho onde você ia fazendo a sua programação e salvando em k-7...
[0:09:02] – MM: Ainda bem que você explicou, porque eu não tinha entendido nada... [risos]. O que era esse CP... CP o quê?
[0:09:08] – RE: É... CP-200... Alguns vão lembrar.... Alguns vão lembrar! [risos]. Da fita K-7 que a gente salvava a programação ainda, e não.... não necessariamente conseguia recuperar; eles vão lembrar. Então, esse foi o início onde eu comecei a ver que eu gostava muito de lógica, aí eu fui pra um colégio técnico pra fazer Eletrônica num colégio técnico, teve uma mistura aí de... de poder fazer alguma coisa que eu gostava e poder, rapidamente, ir pro mercado de trabalho, eu sempre tive a ideia de que eu precisava logo começar no mercado de trabalho, logo ter a minha independência; então, com isso, acabei juntando colégio técnico com essa parte lógica. E quando eu estava já na área técnica eu comecei a ver como era importante trabalhar com as pessoas, como era importante fazer a gestão das pessoas, foi quando eu comecei a ter contato com gerência de projetos, e aí eu que eu precisava conhecer outras áreas de administração, precisava conhecer a empresa como um todo, e aí fui expandindo um pouquinho mais o meu horizonte. Então eu comecei e gosto muito da área técnica, mas acabei vendo que eu poderia ser muito melhor através, talvez de uma função de maestro do que de um músico. Então, você vê que nem na vida profissional me vi como músico, né; então, realmente, eu precisei ter algum trabalho extra aí pra eu poder me completar.
[0:10:22] – MM: Que legal! Agora, é... naquela época, você já imaginava um mundo todo conectado, todo tecnológico, você tem essa natureza mais vanguardista de olhar e enxergar a tendência?
[0:10:36] – RE: Eu acho que eu me exercito muito. Até hoje eu...uma das coisas que eu gosto de estudar é... é estudar sobre o futuro, como eu venho aprendendo aí nas escolas sobre futuros né, então eu sempre tive essa curiosidade, eu sempre tentei observar como é que estão os movimentos seguintes ao que eu estava vivendo. Então, isso me ajudou bastante a poder observar e ver, por exemplo, quando eu parei de estudar na faculdade resolvi ficar um ano estudando redes de computadores né, porque eu comecei a ver que isso era uma grande tendência; hoje seu falar que eu parei de estudar rede de computadores, vai falar: “— mas, cara, isso é trivial né”; mas naquela época estava começando a se falar de rede de computadores, então eu parei um ano na faculdade, foi desespero pra minha mãe que achou que eu nunca mais voltaria a ter um diploma universitário, e eu tive muita disciplina porque eu parei nesse ano, eu estudei tudo que eu queria saber sobre rede de computadores e voltei, exatamente por essa... esse ponto que você comentou de estar olhando um pouco as tendências, de estar olhando o que era importante de eu estar focando naquele momento.
[0:11:35] – MM: E aí nesse caminho, quando você descobre uma tendência ou você identifica um comportamento social ou de consumo ou de mercado, como é que você leva isso pra frente? Porque muitas vezes as pessoas vanguardistas têm dificuldade de... de mostrar esse caminho, de mostrar essa luz que acendeu no fim do túnel pros colegas, pra família ou pra sociedade em si; como é que é isso pra você? Você já passou por algum momento de frustração: “— poxa, não estão enxergando o que estou vendo?”.
[0:12:04] – RE: Ah, mas isso eu acho que toda hora né, acho que toda hora a gente acha que vai atingir 100%, a gente não consegue atingir 100%, mas isso tem a parte bacana também, porque você acaba atingindo então, você começa a fazer a coisa diferente, porque você vê que, talvez, na mensagem original você não conseguiu passar tudo aquilo que você gostaria, e isso vai com que você acabe se desenvolvendo a cada momento; e... e eu tento, obviamente, acho que com dois modelos né, um modelo que eu aprendi muito, que é simplificar a comunicação, eu vejo que cada vez mais, quanto mais você simplifica a comunicação, e hoje a gente fala disso, então, ellen né, ou seja, levar a pessoa, conduzir a pessoa através de uma narrativa que tem uma lógica; então eu acho que esse é o primeiro ponto; e, o segundo ponto é o que eu aprendi muito com a gerência de projetos que é a capacidade de execução né, como é que você executa aquilo que você planejou; então, eu acho que são duas... duas áreas de comunicação e de execução que eu acabo exercitando muito pra poder fazer com que essa ideia do sonho, da ideia, da tendência, das mudanças, possam, de alguma forma, ser absorvidas pelas pessoas que estão à minha volta.
[0:13:11] – MM: Você falou sobre por em prática as coisas, que você valoriza muito isso né, estou falando sobre a capacidade de realização aqui também; quero entender, então, como é que você transforma seus sonhos em realidade. Você costuma prototipar? Vou dar um exemplo: você quer fazer uma viagem, pra um lugar muito longe que vai envolver uma resistência física, e você prototipa pra uma viagem menor que envolva menor desafio de resistência física? Você costuma realizar seus sonhos em etapas nesse planejamento em processos?
[0:13:39] – RE: Olha, eu acho que eu faço dos dois um pouco. Acho que eu tenho alguns momentos que eu... eu mergulho mais fundo e tento alcançar até o máximo possível, se necessário... sem a necessidade de fazer uma prototipação; então, por exemplo, quando você comentou de viagens... é... como é que eu faço esse mergulho, também não é um mergulho radical sem nenhum planejamento, ao contrário; eu acho que parte da diversão, por exemplo, de uma viagem, é o planejamento, então, parte da diversão de executar um projeto profissional é o planejamento, então eu acabo utilizando o planejamento; e sim, eu gosto muito de fazer prototipação, de poder testar modelos, de poder exercitar é.... eu acho que cada vez mais a gente vê isso muito em voga, e cada vez com palavras diferentes né, então você usou ‘protótipo’, agora o pessoal usa a MVP e assim a gente vai colocando nomes diferentes. Mas a ideia é, vamos fazer um piloto, como antigamente a gente falava né.
[0:14:34] – MM: Uhum. É verdade, vamos valor pro pessoal, também, o que é o MVP que seria o Mínimo Viável né, o Produto Viável, né?
[0:14:41] – RE: Isso, isso! Exatamente, dentro aí, do conceito aí, principalmente das startups né, eles começaram a falar o seguinte: “— olha, antes de você começar a desenvolver um grande projeto ou um grande produto, você desenvolve alguma coisa com a maior quantidade de características do produto final, mas que você possa absorver muito rapidamente, que já teve feedback do seu cliente sobre aquilo. E isso faz com que ao lugar onde você ia aplicar muito tempo, por exemplo, pensando que vai funcionar pra você um carro de 6 rodas, você já faz, talvez, uma carrocinha de 6 rodas e coloca pra ver como é que o pessoal reage, e aí eles vão... eles mesmos vão construindo e, de repente você vai chegar à conclusão que o carro deveria ter 5 rodas, exatamente por causa dessa rapidez de feedbacks que você tem sem um grande investimento, sem um ciclo tão grande de desenvolvimento.
[0:15:30] – MM: Muito bem! Já que citamos carro, já que também falamos de viagem, eu sei que um dos seus hobbies é o Off Road; então, quer dizer, você gosta da vida com pegada, com tração, com desafio, sobe e desce, tem pedra, para, empurra o carro, atolou né? Rsrsrs... “A vida passa” não é com você...rsrsrs
[0:15:48] – RE: É, eu acho que.... eu acho que.... Essa é uma parte que eu passo uma grande... é... talvez desconexão do mundo empresarial, onde eu vou pra um mundo que é diferente do ponto de vista do cenário, então você vai pra um cenário externo, mas ele tem algumas coisas muito particulares que eu acabo utilizando na vida profissional. Então, primeiro é... eu acho que tem o lance do trabalho em equipe; então, ninguém... o lema de qualquer jipeiro é: você não vai pra uma trilha sozinho.
[0:16:17] – MM: Uhum... Cadê seu navegador né? Quem é seu copiloto? Quem é seu navegador né? É...
[0:16:21] – RE: Mais do que isso, quem são os outros carros, com quem vai estar te ajudando?
[0:16:25] – MM: Verdade!! Verdade...
[0:16:27] – RE: Então, como é que...na hora que você para, quem vai estar te ajudando. Então, é... Eu acabo gostando muito desse ambiente porque... Outra coisa é que não existe.... não existe, assim, uma hierarquia dentro desse grupo, todos têm o seu papel, todos podem fazer a diferença, e isso ajuda muito, porque... você está indo pra um ambiente desconhecido, com grandes desafios, é... mas você se sente seguro porque você tem um time e, com certeza, vai fazer com que até aquelas coisas que são muito difíceis se tornem extremamente divertidas e capazes de serem superadas. Se a gente olhar do ponto de vista da empresa também acontece isso, muitas vezes a gente tem ambientes extremamente complexos, mas se você está com uma equipe bacana, se você tem um ambiente bacana, até isso se torna divertido, você consegue superar exatamente porque todo mundo tem uma motivação, tem uma forma de poder contribuir cada um no seu papel.
[0:17:20] – MM: É verdade. Aliás, uma bela ideia né, pra fazer uma atividade, assim, de team building né? Podia ser bem legal isso...
[0:17:26] – RE: Fantástico... Fantástico... Fantástico!
[0:17:30] – MM: Rsrsr... Marcar uma viagem com o pessoal pra fazer uma aventura. Qual foi a sua maior aventura, assim, de off-road? Ela já aconteceu ou ela está pra acontecer, está nos seus planos ainda?
[0:17:39] – RE: Eu... Eu acho que cada... cada aventura, ela tem alguma coisa muito especial. Então, eu acho que eu... eu só movimentado, muito mais, pelas lembranças que eu tenho, dos contatos humanos do que, talvez, os desafios mais físicos. Então, por exemplo, uma das trilhas que eu lembro e vou lembrar até o fim da minha vida, falo pra minha esposa que essa que meu filho vai lembrar também, foi quando nós ficamos presos em uma trilha, e uma trilha que era pra gente sair às 5h da tarde, nós saímos às 4h da manhã do outro dia...
[0:18:10] – MM: Ahnnnn....
[0:18:11] – RE: E.... E foi super bacana, super legal! E o meu filho era pequeno, e curtiu demais, e é o que eu falo: ele não vai lembrar, muitas vezes, dos vídeos games e dos times e das camisas ou das coisas materiais que ele teve na vida, mas com certeza ele vai lembrar o que ele fez e como aconteceu aqueles 4h da manhã que nós fizemos tudo junto. Então, talvez, é.... são essas coisas que me marcam muito mais do que buscar um desafio específico.
[0:18:39] - MM: Conta pra gente que trilha é essa pra gente evitar, presta um serviço...[risos].
[0:18:46] – RE: E não, e pior que não é uma trilha tão difícil, é uma trilha aqui próxima da região, aqui de Campinas, mas aconteceu uma chuva muito intensa no dia anterior e um dos caminhos que nós pegamos, ele estava totalmente interditado e a volta foi muito complicada porque pra descer todo santo ajuda, mas pra subir e sair da lama foi muito mais difícil do que a gente esperava.
[0:19:08] – MM: Muito bem! Me conta uma outra coisa que eu fiquei pensando... Você é do tipo que deixa o carro sujo alguns dias na garagem, só pra ficar curtindo...rsrs... a lembrança, a memória do off-road? Rsrs
[0:19:20] – RE: Com certeza! Com certeza, eu sou um cara que deixo o carro sujo, eu gosto, ele tem as marcas do que foi a última trilha; até o momento que a minha esposa fala: “— agora deu, lava o carro, porque não aguento mais, tá caindo terra aqui dentro de casa”.
[0:19:37] – MM: Risos....
[0:19:37] – RE: Mas eu gosto sim, eu gosto de viver aquilo e olhar e falar: “—nossa, como foi bom!”.
[0:19:42] – MM: Olha, você falou aí do seu filho, é... provavelmente do mais velho, então, essa aventura né, o Lucas, que hoje tem 18?
[0:19:48] – RE: Isso, isso, isso! O Lucas que, hoje, tem 18.
[0:19:52] – MM: Aí você também é pai da Júlia de 16 e do Rafael de 5.
[0:19:55] – RE: Isso!
[0:19:55] – MM: Muito bem! Eles já sabem o que vão ser quando crescer? O Lucas já está crescido né, já... já escolheu a profissão dele? Ahnnn...
[0:20:03] – RE: É... É, o Lucas começou esse ano né, o Lucas tem uma... é... uma coisa interessante durante a pandemia, só fazendo um comentário que a gente fala tanto da pandemia, da dificuldade de ficar em casa, e ele virou um dia, junto com a minha filha, e falou: “— pai, sabe que eu estava conversando com a Ju, aqui, e a gente falou, puxa, nos meus 18 anos, 16 anos da Júlia, nunca você jantou tanto com a gente”...
[0:20:26] – MM: Ahrrrrrr!
[0:20:26] – RE: E aí eu falei: “—Uau!” Você vê como a gente... Algumas vezes vê o quanto é importante esse contato, esse momento de estar próximo a eles. Então, de novo, a pandemia tem todo uma complexidade, mas tem algumas coisas que ela... ela fez, talvez, a gente abrir o olho, ter maior sensibilidade. Mas, voltando ao Lucas, o Lucas já, já tem definido, ele começou esse ano na Poli, na USP, então está fazendo Engenharia Elétrica...
[0:20:51] – MM: Que legal!
[0:20:51] – Está super animado e sentindo muito de ele não poder estar no Campus né, porque ele começou esse ano e está... está fazendo tudo remoto; a Júlia ainda, está ainda, tomando as suas decisões, pra onde vai, se vai pra arquitetura, se vai pra moda, mas ela é uma pessoa muito mais aí de humanas, das artes, do que o Lucas que... talvez sim, seja um pouco mais parecido comigo aí nessa parte mais de engenharia né. E o Rafa, 5 anos, por enquanto ele quer viver a vida, né?
[0:21:18] – MM: [Risos]...Que privilégio...rsrs... Então, quer dizer, os seus momentos com a família são o jantar?
[0:21:24] – RE: É... Eu sempre tive um costume de poder... Eu trabalhei bastante, assim, até muitas horas né, então, eu sempre tive o costume, quem trabalha comigo há mais tempo sabe, é que eu não gosto muito de reuniões muito cedo, e por que eu não gosto de reuniões muito cedo? Porque eu sempre tive, desde que minhas crianças eram pequenas, a ter o café da manhã como momento que eu tinha com eles; então eu tomava o café da manhã, eu brincava, minha filha lembra até hoje né, das canetinhas que eu montava nos pratos deles quando eles estavam comendo, quando eles estavam no café da manhã, porque era o meu momento de conexão com eles, até eu levar eles pra escola, porque depois quando eu entrava no trabalho eu, muitas vezes, não sabia a hora que eu ia sair, muitas vezes eu viajava, então eu acabava utilizando essa refeição com... talvez a refeição mais importante pra estar com eles.
[0:22:12] - MM: Bom, é... o que.... O que eu queria saber aqui de você é o seguinte: a HP é uma empresa que vende né, serviços tecnológicos, storeserv nuvem e também produtos, enfim, como é que vocês lidam aí com eles.... vamos chamar de paradoxo, a necessidade de achar um padrão pra poder garantir eficiência, otimização pra poder, realmente, a tecnologia vir a serviço do dia a dia, da criatividade do homem, do armazenamento de informações, da disponibilidade de informações, e ao mesmo tempo essa demanda social pela personalização? Então, a gente quer ser reconhecido pela máquina, quando a gente é atendido por um robô a gente quer que ele seja simpático...rsrs... A gente está nessa... não seria um limbo, mas nessa região aí meio sonho, meio.... meio utopia ou próximo da realidade, como é que é tudo isso pra vocês?
[0:23:07] – RE: É, como é que a gente aponta isso? Primeiro a gente fala que... a Companhia, hoje, ela está estruturada pra atender desde a borda até a nuvem, e fazendo com que isso a gente possa entregar através de serviços né. É.... Começando de trás pra frente, através de serviços porque faz com que o cliente possa consumir exatamente o que ele precisa e não fazer um grande investimento porque ele tem que manter isso preparado pra daqui a 5 anos. Então, entregando através de serviços ele pode comprar o que ele precisa agora e ir crescendo pela flexibilidade e agilidade que ele precisa pra atender o negócio dele. Hoje a gente fala da parte da nuvem, a gente fala muito mais do conceito de o cliente poder utilizar o que a gente fala, de novo, sobre a agilidade, flexibilidade, disponibilidade, e o ponto que você tocou é exatamente quando a gente fala da borda. Então, hoje, cada vez mais, a gente tem uma preocupação de poder estar levando a tecnologia pra borda, que é exatamente onde tem esse contato, tanto que a gente que ‘a borda é o que redefine a experiência do cliente’; então, quando você chega aí num ambiente e a tecnologia percebe você e você se sente percebido nós estamos definindo uma coisa extremamente humana né, como é que a tecnologia percebe, como é que você se percebe parte da tecnologia; então, esse é o ponto que a gente fala da borda. E a borda, ela cada vez mais, ela está girando uma quantidade de dados pra que você possa fazer essa tratativa pra que o cliente possa se sentir parte da tecnologia ou integrado com a tecnologia, como você comentou, que a gente está levando não somente a conectividade, mas também a tomada de decisão. Então, a gente não vai levar uma tomada de decisão até porque é um ambiente externo, a gente vai levar a tomada de decisão mais próxima o possível do cliente. Agora, o que você falou é verdade, ou seja, a gente vai sempre ter, aí, uma mistura da tecnologia e do lado humano, e essa mistura da tecnologia e do lado humano, na minha opinião pessoal, é exatamente o que faz isso aqui ser tão brilhante, né, a gente poder usar a tecnologia que foi criada pelos humanos pra fazer com que os humanos possam fazer as coisas mais humanas possíveis. Uma vez me falaram sobre a transformação do mundo de trabalho e cada vez mais a gente está deixando de fazer as coisas que as máquinas podem fazer melhor pra gente e nós estamos tratando mais do relacionamento, nós estamos tratando mais da parte humana, e isso a máquina nunca vai substituir.
[0:25:31] – MM: A gente está falando aqui dessa cosia da separação e da junção né, entre homem e máquina né; talvez essa questão do... do home office né, da pessoa profissional e da pessoa pessoal, alguma coisa te trouxe de inspiração, de inquietação durante a pandemia, desse novo estilo de vida que a gente foi obrigada a assumir?
[0:25:49] – RE: Eu acho que muito mais inspiração. Se eu for... Eu falo muito pra equipe que... ahnnn... a gente permitiu que a empresa entrasse nas nossas casas. E... E a gente agora tem que ter a mesma flexibilidade de permitir que as pessoas entrem na empresa da forma como elas são. Então, essa conexão que abriu foi maravilhosa, porque a gente conhecia, talvez, no profissional o Ricardo Emmerich, agora a gente conhece o pai, a gente conhece o marido, a gente... Agora, vê que algumas vezes ele tem interrupções em casa, e acho que é tão legal quando as pessoas começam a ver que nós somos humanos e que nós temos, também, todos os desafios que eles têm de, talvez, ter que preparar o almoço, de talvez ter uma interrupção, porque, algumas vezes, as pessoas nos olham de forma muito distante, achando que... aquele ser humano, ele tem um ambiente que não falha, que não tem nenhum tipo de.... de desafio, e é totalmente o contrário, nós somos iguaizinhos. Então, quando a gente permitiu que, nessa pandemia, a gente chegasse nas casas, a gente descobriu todos os seres humanos, aí a gente completou esse profissional, a gente não tem mais aquele que fazia o papel do profissional dentro da empresa, mas agora a gente tem aquele ser humano, aquela coisa maravilhosa, que é muito mais completa, muito mais ampla, e por isso que eu falo que: talvez o meu grande... a minha grande missão como líder é criar um ambiente para que esse ser humano possa criar, para que esse ser humano possa se desenvolver, porque o potencial que eles têm é muito maior do que eu posso imaginar. Então, eu colocar uma tarefa pra eles exercitarem, pensar que eu sei muito mais do que eles sabem deles mês mesmos, e não é verdade.
[0:27:32] – MM: Olha... Que lindo isso! Poético, até, achei!
[0:27:36] – RE: Risos...
[0:27:37] – MM: Filosófico também...rsrs... Soa bonito também....rs... Poesia tem muito disso, tenho conteúdo, mas tenho a sonoridade né, das palavras, que também impactam. Aliás, você é um amante de poesia né?
[0:27:48] - RE: Eu... Eu confesso a você que eu comecei a aprender poesia né...
[0:27:52] – MM: Ahnnn...
[0:27:53] - RE: E...E muito porque eu acabei... Eu gosto muito de ler, então, eu leio um pouco de tudo, e leio muita coisa ao mesmo tempo né; então, algumas vezes as pessoas me perguntam: “— ah, porque você lê tantos livros ao mesmo tempo?” Eu falo: “— acho que até porque, quando a gente estuda, a gente também estuda várias matérias ao mesmo tempo”; e, às vezes, porque você gosta de estar com um tom na cabeça, depois gosta de estar com outro tom na cabeça. E eu sinto que é o.... os livros são as conversas que eu tenho né, então, a possibilidades que eu tenho de entrar na mente de grandes pessoas através dos livros. E... E eu acabei, durante a pandemia, escutando um pouquinho de poesia e comecei a ler um pouco mais de poesia. Então, eu não sou um grande conhecedor da poesia, mas eu gosto de poesia, eu gosto de escutar, eu gosto de ler, e eu acho que é um pouco disso que eu estava comenta
Escrito por Millena Machado
SALA DE BATE PAPO