PORTFÓLIO-Cenário fiscal deve determinar ritmo da bolsa brasileira em setembro
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Setembro começa com as atenções do mercado acionário brasileiro voltadas para o cenário fiscal do país, em meio a preocupações com o risco de uma flexibilização do teto de gastos e tensões entre a equipe econômica e outras áreas do governo.
'Com as taxas de juros de longo prazo nos atuais níveis, e mesmo após o 'sell-off' recente, nós enxergamos um espaço pequeno de alta com base em fundamentos', afirmaram os estrategistas do BTG Pactual Carlos Sequeira e Osni Carfi, em relatório com as ações recomendadas para o mês.
Para eles, se o governo e o Congresso avançarem com a agenda de reformas e indicarem vontade de trabalhar na consolidação fiscal, os juros de longo prazo podem cair, abrindo o caminho para o Ibovespa voltar a subir. Os estrategistas, porém, veem desafios no avanço de medidas de austeridade fiscal no curto prazo.
Em agosto, o Ibovespa teve a primeira queda mensal desde março, de 3,4%, com o front fiscal limitando os efeitos de estímulos monetários, principalmente nos Estados Unidos, que levaram Wall Street a novas máximas recordes.
Nesta semana, o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) mostrou que o governo espera um rombo primário para o governo central em 2021 de 233,6 bilhões de reais, ante déficit de 149,61 bilhões de reais estipulado em abril, no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).
'Acreditamos que a volatilidade deva se fazer mais presente neste segundo semestre, mesmo passado o ponto mais crítico da crise do Covid-19', acrescentou Victor Penna e equipe da área de análise da BB Investimentos, estimando que o acompanhar de perto a real retomada das economias da pandemia de coronavírus.
'No mercado interno, os ruídos nos campos político e fiscal se mantêm em cena, enquanto no externo irão ficar no radar novidades na intensidade e duração de medidas de estímulos econômicos, bem como o iminente processo eleitoral americano', observaram em relatório a clientes.
A XP Investimentos também chamou a atenção para os receios políticos e fiscais, mas afirmou que segue otimista com Ibovespa, estimando que fique em 115.000 pontos ao final de 2020, amparado pela continuidade da migração de recursos para renda variável por investidores em busca de retornos atrativos.
Veja cinco carteiras recomendadas para setembro compiladas pela Reuters:
BB Investimentos
Bradesco PN
Minerva
B2W
Centauro
Unidas
Marfrig
MRV
Taesa
Vale
Via Varejo
BTG Pactual
Vale
Petrobras PN
B3
JBS
Lojas Americanas PN
TIM
CCR
Duratex
Oi
Cyrela
Genial Investimentos
Aliansce Sonae
Banco BMG
Bradespar
Hapvida
Neoenergia
Dimed (Panvel)
Sinqia
Vulcabras
Locaweb
Log Commercial
Terra Investimentos
B3
Bradesco PN
Eztec
Gerdau PN
JBS
Petrobras PN
Rumo
Telefônica Brasil PN
Vale
Via Varejo
XP Investimentos
B3
Banco do Brasil
Gerdau PN
Iguatemi
Locaweb
Lojas Americanas PN
Movida
Vale
Vivara
Via Varejo
Escrito por Reuters
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