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Preços das commodities caem após Donald Trump ser eleito presidente dos EUA

Placeholder - loading - Chapas de cobre 24/05/2016 REUTERS/Sonali Paul
Chapas de cobre 24/05/2016 REUTERS/Sonali Paul

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Por Naveen Thukral e Emily Chow e Nina Chestney

CINGAPURA/LONDRES (Reuters) - Os preços das commodities, desde petróleo e gás até metais e grãos, caíram nesta quarta-feira, com a alta do dólar e a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, o que alimentou preocupações sobre tarifas e crescimento econômico.

Trump reconquistou a Casa Branca ao garantir mais do que os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para ganhar a presidência, após uma campanha com retórica que aprofundou a polarização no país.

Os preços do petróleo caíram mais de 1% sob pressão da alta do dólar, que teve seu maior aumento em um dia desde março de 2023 em relação às principais moedas.

Os investidores acreditam que a presidência de Trump impulsionará o dólar, já que as taxas de juros podem precisar permanecer altas para combater a inflação que resultaria de novas tarifas.

Um dólar americano mais forte torna as commodities denominadas em dólar, como o petróleo, mais caras para os detentores de outras moedas.

Os metais preciosos também caíram, com o ouro recuando para uma mínima de quase três semanas, enquanto o cobre perdeu mais de 2%, marcando o pior desempenho do complexo de metais básicos.

'O ouro ficará dividido entre o risco de aumento da inflação, potencialmente desacelerando o ritmo dos cortes nas taxas dos EUA, à medida que as tarifas forem implementadas, e a demanda contínua por ativos portos-seguros', disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank.

Os preços das commodities começaram a cair durante a noite, já que os investidores começaram a precificar a probabilidade de uma vitória de Trump.

'Espera-se que esse cenário traga as prometidas tarifas sobre produtos importados, especialmente visando a China, potencialmente desencadeando uma nova onda de tensões comerciais e interrupções econômicas', acrescentou Hansen.

No entanto, Trump poderia renovar as sanções contra o Irã e a Venezuela, retirando barris de petróleo do mercado, o que seria 'altista' para os preços, disse o analista do UBS Giovanni Staunovo. O Irã exporta cerca de 1,3 milhão de barris por dia.

Os preços de referência do gás na Europa também caíram quase 3% em meio a preocupações com o fornecimento de gás e com a posição de Trump em relação ao conflito no Oriente Médio e à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Os setores de metais industriais e aço da China podem enfrentar ventos contrários, já que Trump prometeu impor tarifas de 60% sobre os produtos chineses para impulsionar a produção dos EUA.

'Os preços do aço na China sofrerão mais pressão de queda se Trump vencer a eleição, e as siderúrgicas nacionais poderão enfrentar perdas ainda mais graves', disse Ge Xin, vice-diretor do Lange Steel Research Centre.

'Isso se deve ao fato de que Trump será mais agressivo em termos de medidas contra a China.'

O mercado de cobre estava precificando a possível reversão das iniciativas de eletrificação dos EUA, incluindo subsídios para veículos elétricos, o que reduziria a demanda.

As commodities agrícolas também foram afetadas, com os futuros da soja em particular sendo negociados em baixa. O trigo e o milho foram vistos como menos expostos às novas tensões comerciais com a China.

Um dólar mais forte torna os grãos dos EUA mais caros no exterior, enquanto as tarifas propostas por Trump poderiam perturbar o comércio agrícola dos EUA, sendo que a soja depende particularmente das vendas para o principal importador, a China.

Há também temores de que a China possa responder com medidas retaliatórias, reduzindo potencialmente as exportações dos EUA de safras importantes e criando uma pressão de baixa sobre os preços.

As ações das empresas europeias de energia limpa também caíram, já que Trump prometeu eliminar os projetos de energia eólica offshore por meio de uma ordem executiva em seu primeiro dia no cargo.

(Reportagem de Naveen Thukral e Nina Chestney; reportagem adicional de Emily Chow em Cingapura, Daksh Grover e Ashitha Shivaprasad em Bengaluru e Amy Lv em Pequim)

Escrito por Reuters

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