Premiê do Japão apoia ministro pressionado em meio a relatos de mudanças no gabinete
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Por John Geddie
TÓQUIO (Reuters) - Um dos principais ministros do governo do Japão envolvido em alegações de recursos desaparecidos sobreviveu a um voto de confiança nesta terça-feira, com o premiê Fumio Kishida dizendo que desejava que seu chefe de gabinete permanecesse no cargo, apesar dos relatos de que ele poderia ser demitido em uma iminente reformulação.
A moção contra Hirokazu Matsuno, uma figura poderosa que coordena a política em todo o governo em nome de Kishida, apresentada pelo principal partido de oposição, foi amplamente rejeitada por 278 membros contra 166.
Após a votação, Kishida - que tem visto sua aprovação cair para novas mínimas devido às alegações de que alguns parlamentares de seu partido governista receberam milhares de dólares em recursos não declarados - disse que queria que Matsuno continuasse em seu cargo.
A imprensa local informou que Matsuno estava entre os quatro ministros do gabinete que poderiam ser substituídos já na quarta-feira.
Matsuno disse nesta terça-feira que 'tomaria as medidas apropriadas' com relação às alegações e que desejava continuar a cumprir seus deveres com 'um senso de urgência'.
A investigação dos promotores de Tóquio está centrada na maior e mais poderosa facção do Partido Liberal Democrata (LDP), Seiwa-kai, anteriormente liderada pelo falecido primeiro-ministro Shinzo Abe e muitas vezes ainda chamada de facção Abe, de acordo com relatos da mídia.
Eles supostamente ocultaram centenas de milhões de ienes de fundos políticos durante cinco anos em um esquema em que alguns parlamentares receberam 'propinas' da venda de ingressos para eventos do partido que foram mantidos fora da contabilidade.
Matsuno e os outros ministros que a mídia informou que poderiam ser substituídos são todos oriundos dessa facção.
Mas, em outro possível golpe para Kishida, uma reportagem da NHK disse nesta terça-feira que os promotores também estavam examinando se sua antiga facção - que ele liderava até a semana passada - também não havia declarado a renda da arrecadação de fundos.
Questionado sobre a reportagem, Kishida disse que havia instruído a equipe a analisar quaisquer discrepâncias e tomar 'medidas apropriadas' conforme necessário.
Analistas políticos afirmam que isso pode derrubar ainda mais o apoio ao governo de Kishida, que, segundo as pesquisas, caiu para uma mínima recorde de cerca de 23% nos últimos dias, a menor marca desde que ele assumiu o cargo no final de 2021.
Escrito por Reuters
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