Premiê do Japão remodela gabinete em tentativa de superar escândalo financeiro
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Por Yoshifumi Takemoto e Kaori Kaneko
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, demitiu quatro ministros de seu governo nesta quinta-feira, enquanto tenta limitar as consequências do maior escândalo financeiro que seu partido governista enfrenta em décadas.
Os ministros demitidos incluíram o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, e o ministro da Indústria, Yasutoshi Nishimura, na terceira mudança no gabinete de Kishida em 16 meses, enquanto ele procura reverter a queda em sua aprovação.
'É importante descobrir o que aconteceu, por que aconteceu e quais são as questões que o PLD como um todo precisa resolver', disse Kishida aos repórteres na noite de quinta-feira, referindo-se ao Partido Liberal Democrata, que está no poder.
'Estou determinado a fazer todos os esforços para que o PLD trabalhe em conjunto para reconquistar a confiança da população.'
O ex-chanceler Yoshimasa Hayashi substituiu Matsuno, enquanto o ex-ministro da Justiça Ken Saito assumiu o cargo de Nishimura nas principais mudanças, com vários vice-ministros também sendo demitidos.
Kishida não precisa convocar uma eleição até outubro de 2025 e uma oposição fragmentada tem historicamente tido problemas para fazer incursões sustentadas no domínio do PLD.
Mas os analistas políticos tem questionado se, diante da diminuição do apoio popular, ele conseguirá sobreviver até setembro, quando ocorrerá a votação para a liderança do partido.
Todos os ministros destituídos pertencem à facção mais poderosa do PLD, que está no centro de uma investigação criminal sobre fundos desaparecidos.
Mas uma pesquisa realizada na quinta-feira sugeriu que as mudanças, sobre as quais a imprensa especulou por dias, provavelmente não interromperão a queda no apoio a Kishida, que tem sido perseguido por uma série de escândalos desde que assumiu o cargo em outubro de 2021.
Apenas 17% dos entrevistados na pesquisa Jiji disseram que apoiavam seu governo, o menor índice para qualquer premiê em mais de uma década.
O apoio ao PLD, que tem governado por quase toda a história do Japão no pós-guerra, também está em seu nível mais baixo desde 2012, segundo pesquisas recentes.
Escrito por Reuters
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