Prêmio Nobel da Paz poderá homenagear indígenas, mulheres e ativistas ambientais
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Por Gwladys Fouche e Ilze Filks
OSLO/ESTOCOLMO (Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e o dissidente russo Alexei Navalny estão entre os favoritos para o Prêmio Nobel da Paz deste ano, mas especialistas dizem que defensores das mulheres, dos povos indígenas ou do meio ambiente podem muito bem levar a melhor.
Considerando o passado, o Comitê Norueguês do Nobel também é capaz de surpreender completamente no anúncio de 6 de outubro.
Embora as apostas tenham Zelenskiy como um dos principais candidatos a se juntar à ilustre lista de laureados, de Nelson Mandela a Martin Luther King, especialistas da premiação acreditam que, como líder em tempo de guerra, é improvável que o presidente ucraniano seja nomeado.
As chances de Navalny, que está preso, são menores porque os dissidentes russos venceram no ano passado e no ano anterior.
Um terceiro favorito das casas de apostas é o ativista uigur preso Ilham Tohti, embora isso enfureça a China. Quando o dissidente preso Liu Xiaobo ganhou o prêmio da paz, Pequim congelou as relações diplomáticas com Oslo por seis anos.
Henrik Urdal, diretor do Peace Research Institute Oslo, disse que em um ano que marca o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o comitê pode decidir destacar a contribuição dos ativistas para a paz.
Um prêmio para Tohti ou outro ativista na China poderá ser um foco bem-vindo no governo cada vez mais autoritário de Pequim, afirmou ele.
Urdal também citou Narges Mohammadi, do Irã, que faz campanha pelos direitos das mulheres e contra a pena de morte e está atualmente na prisão; e Mahbouba Seraj, do Afeganistão, que, apesar da proibição do Taliban, continua fazendo campanha pelos direitos das meninas à educação e outros direitos das mulheres e permanece em Cabul.
O órgão do Nobel também pode querer destacar a mudança climática, um tópico que o comitê abordou pela última vez em 2007 em seu prêmio ao Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática e ao ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore.
'Este é um período de desintegração da paz. Ao mesmo tempo, é o período em que a pressão de uma crise ecológica maciça está exercendo seu peso sobre nós', disse Dan Smith, diretor do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo.
Smith citou o movimento Fridays for Future, iniciado por Greta Thunberg, como um candidato, bem como o líder indígena Raoni Metuktire, do povo Kayapó no Brasil, que há décadas faz campanha para proteger a floresta amazônica.
'O envolvimento indígena na proteção do meio ambiente será realmente fundamental para nossas perspectivas de sobreviver a essa crise atual', disse Smith.
Urdal concordou que os direitos dos povos indígenas poderão estar em foco, citando Victoria Tauli-Corpuz, das Filipinas, anteriormente relatora especial das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, e o líder indígena equatoriano Juan Carlos Jintiach.
Outros possíveis candidatos incluem um órgão internacional como a Corte Internacional de Justiça, a agência de refugiados da ONU ACNUR, seu fundo para crianças Unicef, ou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC).
Escrito por Reuters
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