Presidente da Comissão Europeia pede que China garanta resposta responsável às tarifas
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BRUXELAS (Reuters) - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu à China nesta terça-feira que garanta uma solução negociada para os problemas causados pelas tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em uma ligação telefônica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, Von der Leyen 'enfatizou a responsabilidade da Europa e da China, como dois dos maiores mercados do mundo, de apoiar um sistema de comércio reformado forte, livre, justo e baseado em condições equitativas', disse seu escritório em um comunicado.
Ambos discutiram a criação de um mecanismo para rastrear possíveis desvios comerciais causados pelas tarifas, disse o gabinete de Von der Leyen, já que a UE teme que a China redirecione as exportações baratas dos EUA para a Europa.
Mais cedo nesta terça-feira, Pequim repreendeu Trump depois que ele anunciou tarifas adicionais de 50% sobre as importações chinesas, chamando-as de 'chantagem'.
Trump também ameaçou aumentar as tarifas sobre as importações norte-americanas da segunda maior economia do mundo para mais de 100% a partir de quarta-feira, em resposta à decisão da China de igualar as tarifas 'recíprocas' que o presidente dos EUA anunciou na semana passada.
O primeiro-ministro Li, chamando as tarifas dos EUA de 'típico bullying econômico unilateralista e protecionista', defendeu as contramedidas da China, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
As medidas têm como objetivo não apenas proteger a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China, mas também defender as regras do comércio global e a equidade e justiça internacionais, disse Li.
As políticas macroeconômicas da China neste ano levaram totalmente em consideração várias incertezas e o país tem ferramentas suficientes em reserva, disse Li, acrescentando que Pequim é 'totalmente capaz de se proteger contra influências externas adversas'.
A União Europeia propôs tarifas próprias para a investida de Trump, que atingiu dezenas de países, fez com que os mercados financeiros entrassem em parafuso e alimentou expectativas de que a economia global pode estar caminhando para uma recessão.
'A China está disposta a fortalecer a confiança política mútua com a UE', disse Li, conclamando ambas as partes a proteger o comércio e o investimento livres e abertos.
(Reportagem de Bart Meijer e redação Pequim)
Escrito por Reuters