Presidente da Polônia perdoa dois ministros do governo anterior presos
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VARSÓVIA (Reuters) - O presidente polonês, Andrzej Duda, perdoou nesta terça-feira dois membros do governo anterior, que depois foram soltos da prisão a seu pedido, em linha com demandas do principal partido de oposição, o Lei e Justiça (PiS) que deixou o poder no mês passado.
O ex-ministro do Interior Mariusz Kaminski e seu vice Maciej Wasik foram soltos às 21h (horário local).
Eles foram presos neste mês após serem condenados por abuso de poder em seus antigos cargos. Ambos entraram em greve de fome, alegando serem “presos políticos”. A prisão deles motivou grandes protestos de dezenas de milhares de apoiadores do PiS.
Duda, aliado do PiS, perdoou os dois políticos quando eles foram sentenciados pela primeira vez em 2015, mas a Suprema Corte da Polônia considerou a decisão inválida, dizendo que o perdão presidencial não pode ser concedido antes de haver uma decisão final no caso.
Os dois homens, então, serviram no governo do nacionalista PiS, mas a Suprema Corte disse ano passado que o caso deveria ser reaberto. Ambos receberam sentenças de dois anos na prisão em dezembro, quando uma nova coalizão de centro assumiu o poder na Polônia.
Poucos dias após a sua detenção, Duda anunciou que tinha iniciado o processo de perdão pela segunda vez.
'Para mim, eles sempre foram perdoados, mas tendo em conta a agitação social, decidi iniciar o (novo) processo de perdão', disse Duda em um comunicado.
'Apelo ao ministro da Justiça para que liberte imediatamente os dois senhores da prisão.'
O ministro da Justiça Adam Bodnar, que é também o procurador-geral, disse nesta terça-feira que os dois homens não deviam ser perdoados, mas a sua opinião não determina a decisão do presidente.
O novo primeiro-ministro, Donald Tusk, prometeu reverter algumas políticas do PiS e punir autoridades acusadas de mal feitos quando estavam no poder. Tusk afirma que quer recolocar a Polônia em linha com os padrões democráticos da União Europeia após oito anos de governo do PIS que incluíram disputas com Bruxelas por reformas judiciais, da imprensa e outras.
(Reportagem de Marek Strzelecki, Pawel Florkiewicz e Anna Koper)
Escrito por Reuters
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