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Presidente do Banco do Japão reafirma decisão de reduzir compra de títulos

Placeholder - loading - Presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, durante entrevista em Tóquio 25/05/2023 REUTERS/Kim Kyung-Hoon
Presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, durante entrevista em Tóquio 25/05/2023 REUTERS/Kim Kyung-Hoon

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Por Leika Kihara

(Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que a autoridade monetária deve reduzir suas enormes compras de títulos à medida que se encaminha para uma saída do estímulo monetário maciço, reforçando sua determinação de reduzir de forma constante seu balanço patrimonial de quase 5 trilhões de dólares.

Os comentários mantêm vivas as expectativas de que o banco central japonês poderia embarcar em uma redução completa da compra de títulos já na reunião de política monetária da próxima semana.

Em março, o Banco do Japão fez uma mudança marcante em relação ao seu estímulo monetário radical, encerrando oito anos de taxas de juros negativas e controle da curva de rendimento (YCC), uma política que limita o rendimento do título de referência de 10 anos em torno de 0% com uma enorme compra de títulos.

Mas prometeu continuar comprando cerca de 6 trilhões de ienes em títulos públicos por mês para impedir que a mudança de política de março desencadeie um aumento abrupto nos rendimentos.

'Ainda estamos examinando a evolução do mercado desde a decisão de março', disse Ueda ao Parlamento nesta quinta-feira. 'Conforme prosseguimos com a saída de nosso estímulo monetário maciço, é apropriado reduzir' as compras de títulos, disse ele.

Ueda tem dito repetidamente que o Banco do Japão acabará reduzindo sua enorme compra de títulos, mas não deu pistas sobre quando começará a fazê-lo.

Atualmente, a autoridade monetária tem 750 trilhões de ienes (4,8 trilhões de dólares) em ativos em seu balanço patrimonial, quase 1,3 vezes o tamanho da economia do Japão, incluindo títulos públicos.

Sobre a questão de novos aumentos nas taxas de juros, Ueda disse que o Banco do Japão agiria 'com cautela para evitar cometer grandes erros'.

Entretanto, houve menos convicção por parte de Toyoaki Nakamura, membro da diretoria do Banco do Japão, sobre o aperto da política em meio a preocupações de que a demanda na economia japonesa continua frágil.

Falando separadamente na cidade de Sapporo, no norte do Japão, Nakamura, um dos membros mais dovish (mais leniente com a inflação) da diretoria, disse que a economia pode ver a inflação ficar abaixo da meta de 2% do banco central no próximo ano se o consumo estagnar.

'É prematuro aumentar as taxas de juros agora', disse Nakamura, quando perguntado sobre as crescentes expectativas do mercado de que o Banco do Japão aumentaria os custos de empréstimos de curto prazo novamente este ano.

Ele também disse que a autoridade monetária não deveria aumentar as taxas de juros com o único objetivo de desacelerar a queda do iene, embora o iene fraco esteja prejudicando o consumo ao aumentar o custo de vida.

'Quedas acentuadas e unilaterais do iene são indesejáveis, pois aumentam a incerteza sobre as perspectivas', disse Nakamura em uma coletiva de imprensa após uma reunião com líderes empresariais.

'Mas tentar lidar com o iene fraco por meio de mudanças na taxa de juros teria um impacto negativo sobre a economia', já que os custos mais altos dos empréstimos esfriariam a demanda, disse ele.

Nakamura, único dissidente da decisão do Banco do Japão de sair das taxas de juros negativas em março, disse que é 'difícil dizer' se o banco central japonês deveria reduzir a compra de títulos já na próxima semana, sugerindo que ele não era necessariamente contrário à ideia.

Escrito por Reuters

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