Campos destaca IPCA-15 'marginalmente pior', mas comemora bandeira amarela em novembro
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(Reuters) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou nesta sexta-feira a piora das expectativas de inflação no Brasil e destacou que o dado mais recente de inflação, o IPCA-15, veio marginalmente pior que o esperado.
'Esta semana tivemos um dado, o IPCA-15, no qual o núcleo foi acima do esperado, não muito, mas marginalmente pior. O número foi marginalmente pior também', comentou Campos Neto durante evento promovido pelo Itaú BBA, em Washington.
Na quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 acelerou para 0,54% em outubro, um pouco acima da expectativa de 0,50% em pesquisa da Reuters, depois de subir 0,13% em setembro.
Por outro lado, Campos Neto também destacou o fato de na tarde desta sexta-feira a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter anunciado que a bandeira tarifária de novembro será amarela, e não mais vermelha patamar 2, como em outubro. A mudança ocorreu, conforme a agência, em razão de uma melhora das condições de geração de energia no país, o que implicará em um corte na cobrança adicional na conta de luz para o próximo mês.
'Tivemos uma boa notícia, a bandeira amarela... muitos estão recalculando a inflação para novembro', afirmou Campos Neto.
Durante sua apresentação, Campos Neto também avaliou que o mercado está mais 'cético' em relação ao quadro fiscal, o que tem afetado os prêmios de risco no Brasil. Segundo ele, será preciso algum tipo de 'choque' para reverter este cenário.
A avaliação de Campos Neto surge na esteira de elevações dos prêmios de risco na curva a termo brasileira nos últimos dias, com os agentes à espera de medidas de contenção de gastos. A promessa de autoridades do governo Lula é de que as medidas serão anunciadas após o segundo turno das eleições municipais.
Em sua fala, Campos Neto reforçou ainda a ideia de que o BC buscará atingir o centro da meta contínua de inflação, de 3%. 'Vamos fazer o trabalho', disse.
(Reportagem de Fabrício de Castro, em São Paulo,)
Escrito por Reuters
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