Presidente do BC do Japão diz que alta de preços dos alimentos pode alterar expectativas de inflação
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Por Makiko Yamazaki
TÓQUIO (Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse nesta quarta-feira que o banco central conduzirá a política monetária tendo em mente que há riscos de que os preços dos alimentos continuem altos e afetem as expectativas de inflação das pessoas.
'Estamos profundamente cientes de que um aumento de mais de 2% nos preços de alimentos frescos e outros produtos comumente comprados está afetando negativamente a vida das pessoas', disse Ueda ao Parlamento.
'Os aumentos nos preços dos alimentos, inclusive dos alimentos frescos, não serão necessariamente temporários e há a possibilidade de que isso afete a mentalidade e as expectativas de preço das pessoas', disse ele.
As falas de Ueda foram feitas após a decisão do Banco do Japão, no mês passado, de aumentar a taxa de juros de curto prazo para 0,5%, nível que não era visto no Japão há 17 anos, ressaltando a convicção das autoridades de que a economia está no caminho certo para alcançar aumentos de preços duradouros e impulsionados pelos salários.
O índice geral de preços ao consumidor aumentou 3,6% em dezembro na base anual, impulsionado altas nos preços de vegetais frescos e do arroz. O núcleo do índice, que elimina o efeito da volatilidade dos preços dos alimentos frescos, subiu 3,0%.
Ueda disse que é provável que essa pressão inflacionária impulsionada pelos custos se dissipe em meados do ano.
Ao avaliar se a inflação atingirá de forma sustentável sua meta de inflação de 2%, o Banco do Japão se concentra na inflação subjacente, ou seja, na tendência geral dos movimentos de preços que elimina fatores pontuais, como combustível e custos voláteis de alimentos frescos.
Ueda reiterou na sessão do Parlamento que o ritmo dos aumentos da taxa de juros pelo banco central dependerá das situações econômicas, financeiras e de preços.
(Reportagem de Makiko Yamazaki)
Escrito por Reuters