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Primeira pílula para dengue mostra-se promissora em teste com humanos

Placeholder - loading - Assistente segura tubo de ensaio com mosquito Aedes aegypti na CNEA (Comissão Nacional de Energia Atômica), em Ezeiza, arredores de Buenos Aires 12/04/2023 REUTERS/Agustin Marcarian
Assistente segura tubo de ensaio com mosquito Aedes aegypti na CNEA (Comissão Nacional de Energia Atômica), em Ezeiza, arredores de Buenos Aires 12/04/2023 REUTERS/Agustin Marcarian

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Por Jennifer Rigby

(Reuters) - Um comprimido para dengue desenvolvido pela farmacêutica Johnson & Johnson pareceu proteger contra uma forma do vírus em um punhado de pacientes em um pequeno teste de desafio em humanos, conhecido como 'Challenge test', nos Estados Unidos, de acordo com dados apresentados pela empresa na sexta-feira.

Atualmente não existem tratamentos específicos para a dengue, uma ameaça crescente no mundo, disse a empresa antes da apresentação dos dados na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, em Chicago.

“É o primeiro a demonstrar atividade antiviral contra a dengue”, disse Marnix Van Loock, que supervisiona a pesquisa de patógenos emergentes na divisão Janssen da J&J, sobre o medicamento.

Em testes de desafio humano, os pesquisadores expõem intencionalmente voluntários saudáveis a um agente patogênico para testar uma vacina ou tratamento, ou para compreender melhor a doença que causam.

A dengue, embora muitas vezes assintomática, também é conhecida como “febre quebra-osso” devido à gravidade da dor nas articulações e dos espasmos que alguns pacientes apresentam.

A doença aflige há muito tempo grande parte da Ásia e da América Latina, causando milhões de infecções todos os anos e dezenas de milhares de mortes, e é provável que se espalhe ainda mais à medida que as mudanças climáticas produzam ainda mais áreas hospitaleiras para os mosquitos que a espalham, disse o cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jeremy Farrar, no início deste mês.

No ensaio realizado com a Escola de Saúde Pública Bloomberg, da Johns Hopkins, 10 voluntários receberam uma dose alta da pílula da J&J cinco dias antes de serem injetados com um tipo de dengue. Eles continuaram a tomar a pílula por mais 21 dias.

Seis dos 10 não apresentaram nenhum vírus da dengue detectável no sangue após serem expostos ao patógeno, assim como nenhum sinal de que seu sistema imunológico tivesse respondido à infecção pelo vírus durante 85 dias de monitoramento.

Seis pessoas em um grupo de placebo, que também foram injetadas com a dengue, apresentaram vírus detectáveis quando testadas. Os participantes do ensaio receberam cuidados padrão de profissionais médicos sempre que necessário, e o vírus utilizado foi uma versão enfraquecida para minimizar os sintomas.

Os dados iniciais positivos apoiam os ensaios em curso de Fase II da pílula para prevenir os quatro tipos diferentes de dengue em um cenário do mundo real onde a doença é comum, disse a J&J. O próximo passo será testá-la como tratamento.

O medicamento atua bloqueando a ação de duas proteínas virais, impedindo que o vírus faça cópias de si mesmo. Ele foi bem tolerado por todos os participantes do ensaio, disse a J&J.

Uma questão fundamental para o futuro será garantir o acesso ao novo medicamento, caso ele funcione em maior escala em muitos dos países de baixa e média renda onde é mais necessário. Um eco do desafio para a vacina contra a dengue que a OMS apoiou no início deste mês.

“Estamos trabalhando nisso”, disse Van Loock, acrescentando que ainda é o começo.

(Reportagem de Jennifer Rigby)

Escrito por Reuters

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