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Primeiro-ministro holandês sucederá Stoltenberg como chefe da Otan, diz mídia

Placeholder - loading - Primeiro-ministro holandês, Mark Rutte 17/06/2024 REUTERS/Johanna Geron
Primeiro-ministro holandês, Mark Rutte 17/06/2024 REUTERS/Johanna Geron

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WASHINGTON/AMSTERDÃ/BUDAPESTE (Reuters) - O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, um firme aliado de Kiev e crítico do presidente russo, Vladimir Putin, será o sucessor de Jens Stoltenberg como chefe da Otan, segundo reportagem da emissora nacional holandesa NOS nesta terça-feira, após Hungria e Eslováquia declararem apoio a ele.

Falando em uma entrevista coletiva ao lado do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Washington, Stoltenberg nem confirmou e nem negou a reportagem da imprensa.

“Com o anúncio do primeiro-ministro (húngaro, Viktor) Orbán, eu acho que é óbvio que estamos muito próximos de uma conclusão... para escolher o próximo secretário-geral e acho que isso é uma boa notícia”, afirmou a repórteres, elogiando Rutte.

“Eu acho que Mark é um candidato muito forte. Ele tem muita experiência como primeiro-ministro. É um colega e amigo próximo e, portanto, eu acredito que, muito em breve, a aliança terá decidido sobre meu sucessor”, disse. “E isso será bom para todos nós, para a Otan e também para mim.”

O próximo secretário-geral da Otan enfrentará o desafio de manter o apoio dos aliados à luta da Ucrânia contra a invasão da Rússia, e, ao mesmo tempo, evitar qualquer escalada que possa levar a aliança militar a uma guerra direta com Moscou.

Nos dois anos que decorreram desde que a Rússia lançou a sua invasão em grande escala, Rutte tem sido uma das forças motrizes por detrás do apoio militar da Europa à Ucrânia, sublinhando repetidamente o que disse ser a necessidade absoluta de uma derrota russa no campo de batalha para garantir a paz na Europa.

Sob a sua recente liderança, a Holanda aumentou as despesas com a defesa para além do limiar de 2% do PIB exigido aos membros da Otan, fornecendo caças F-16, artilharia, drones e munições ao governo ucraniano, bem como investindo fortemente nas suas próprias Forças Armadas.

O apoio de Rutte à Ucrânia é sublinhado pelas suas críticas à Rússia e a Putin, uma vez que a Holanda responsabiliza a Rússia pela derrubada do jato civil do voo MH17 sobre o leste da Ucrânia, em julho de 2014, que matou todos os 298 passageiros e tripulantes, 196 dos quais holandeses.

Horas antes, Hungria e Eslováquia deram seu apoio à candidatura de Rutte, superando um obstáculo fundamental em seu caminho ao principal cargo da Otan.

A Otan toma decisões por consenso, então qualquer candidato precisa do apoio de todos os 32 aliados. Apenas a Romênia, cujo presidente Klaus Iohannis também quer o cargo, ainda é oficialmente contra a candidatura de Rutte.

O apoio da Hungria, se deu após uma reunião entre Orbán e Stoltenberg na semana passada, na qual os dois lados concordaram que a Hungria não bloqueará decisões da Otan para enviar apoio à Ucrânia, mas que a Hungria não estará envolvida.

ORBÁN ABANDONA OPOSIÇÃO

“O PM (primeiro-ministro) Mark Rutte confirmou que apoia totalmente este acordo e continuará a fazê-lo se se tornar o próximo secretário-geral da Otan”, escreveu Orbán, na plataforma de redes sociais X.

“Diante dessa promessa, a Hungria está pronta para apoiar a candidatura do PM Rutte para secretário-geral da Otan”.

Orbán foi contra a candidatura de Rutte porque ele havia expressado opiniões “problemáticas” que incluíram a ideia de que a Hungria deveria sair da União Europeia.

Há atritos entre a Hungria e outros países da Otan porque Orbán continua cultivando relações próximas com a Rússia e se recusa a enviar armas à Ucrânia. No mês passado, o ministro das Relações Exteriores de Budapeste rotulou planos de ajudar o país, devastado pela guerra, como uma “missão maluca”.

Turquia e Eslováquia também mudaram de direção sobre a candidatura de Rutte. A Turquia disse no fim de abril que o apoiaria, e a Eslováquia anunciou seu apoio mais cedo nesta terça-feira.

O mandato de Stoltenberg terminará em 1º de outubro, 10 anos depois de assumir o cargo em 2014, apenas alguns meses depois de a Rússia anexar a Crimeia.

(Reportagem de Sabine Siebold, Charlotte Van Campenhout Humeyra Pamuk, Anthony Deutsch, Benoit Van Overstraeten, Boldizsar Gyori, Anita Komuves, Alan Charlish, Jan Lopatka, Jason Hovet)

Escrito por Reuters

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