Promessa de preços baixos do Walmart fica no foco após alerta da Amazon

(Reuters) - A promessa de 'Preço Baixo Todo Dia' do Walmart será posta à prova quando a empresa divulgar seus resultados trimestrais, após o aviso da rival Amazon.com de que os clientes se tornaram caçadores de pechinchas, pressionando a gigante das compras on-line a prever um trimestre fraco.

As ações da Amazon caíram quase 9% nas negociações pré-mercado nesta sexta-feira, enquanto as ações do Walmart tiveram uma queda marginal.

Os principais varejistas dos Estados Unidos, incluindo a Target, o líder Walmart e a Kroger, têm se esforçado para manter baixos os preços dos produtos essenciais, uma vez que muitos norte-americanos evitam grandes gastos e recorrem às compras com desconto diante da inflação persistente.

O Walmart, que deverá divulgar os resultados do segundo trimestre em 15 de agosto, deverá registrar um aumento de 4% na receita trimestral. Entretanto, essa deverá ser sua taxa de crescimento mais lenta em quase dois anos, de acordo com dados da LSEG.

Na quinta-feira, a Amazon relatou a desaceleração do crescimento das vendas on-line no segundo trimestre e disse que os consumidores estão buscando opções mais baratas para fazer compras, o que levou a gigante do comércio eletrônico a prever uma receita para o trimestre atual abaixo das expectativas.

'Os consumidores estão sendo cuidadosos com seus gastos, negociando, procurando produtos com preço médio de venda mais baixo, procurando ofertas. Isso continuou no segundo trimestre, e esperamos que continue no terceiro trimestre', disse o diretor financeiro da Amazon, Brian Olsavsky, em uma teleconferência após a divulgação dos resultados.

'Os investidores da Amazon podem associar a redução da margem de varejo no segundo trimestre com a estimativa de receita branda para o terceiro trimestre, a fim de criar a narrativa de uma piora nos descontos necessária para atrair um consumidor mais fraco -- e isso é difícil de refutar', disseram os analistas da RBC Capital Markets em uma nota.

Os resultados das principais empresas de bens de consumo, incluindo a Procter & Gamble e a PepsiCo, também mostraram sinais de desaceleração.

Enquanto a P&G relatou uma queda surpreendente nas vendas trimestrais, os resultados da PepsiCo ficaram abaixo das expectativas dos analistas.

O segundo trimestre tende a ser mais modesto para os varejistas, pois as vendas aumentam na segunda metade do ano com a demanda da época de volta às aulas e das festas de fim de ano.

As ações do Walmart e da Amazon superaram o desempenho do S&P 500 até agora neste ano, subindo 33% e 21%, respectivamente, em comparação com o ganho de 14% do índice.

(Reportagem de Aishwarya Venugopal, em Bengaluru)