Promotores pedirão pena de morte para supremacista que matou 10 pessoas nos EUA
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Por Joseph Ax
NOVA YORK (Reuters) - Promotores norte-americanos pedirão a pena de morte a um supremacista branco que matou dez negros em Buffalo em um mercado em 2022, marcando a primeira vez que o governo Biden inicia procedimentos para a punição capital.
O Departamento de Justiça afirmou nesta sexta-feira a um tribunal que pedirá a pena de morte para Payton Gendron, por mortes motivadas por “animosidades contra pessoas negras”.
Gendron, que tinha 18 anos no momento do massacre, declarou-se culpado em diferentes acusações de homicídio e terrorismo doméstico. Ele foi condenado à prisão perpétua em fevereiro, sem a possibilidade de liberdade condicional.
As advogadas de Gendron disseram que ele poderia se declarar culpado de mais duas dúzias de acusações federais, incluindo a de crime de ódio e violações do uso de armas, caso a pena de morte não fosse pedida.
Suas advogadas, MaryBeth Covert e Anne Burger, afirmaram em comunicado nesta sexta-feira que estavam “muito decepcionadas” com a decisão.
“Em vez da longa e traumática persecução capital, os esforços do governo federal seriam mais bem aproveitados no combate às forças que facilitaram este terrível crime, incluindo o fácil acesso a armas mortais e o fracasso das empresas de redes sociais em moderar a retórica de ódio e imagens que circulam online”, afirmaram.
Trata-se do primeiro caso em que o Departamento de Justiça comandado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pede a pena capital, considerando um caso novo. O político fez campanha contra a pena de morte durante a corrida eleitoral de 2020.
Um porta-voz da Casa Branca disse que o Departamento de Justiça toma as decisões sobre as sentenças, mas a posição de Biden não mudou.
Os promotores federais sob o comando do procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, solicitaram a pena de morte em dois outros casos, mas as decisões iniciais foram tomadas durante a administração Trump.
Na audiência de Gendron, quando mais de uma dezena de parentes das vítimas puderam falar, pelo menos um deles afirmou ser contra a punição capital: “Eu não quero a pena de morte para você. Quero mantê-lo vivo para que sofra com o pensamento do que fez pelo resto da sua vida”, afirmou Wayne Jones, cuja mãe, Celestine, foi morta no ataque.
Gendron transmitiu ao vivo o massacre pela plataforma Twitch e postou materiais online dizendo que se inspirou em ataques anteriores motivados por raça, de acordo com autoridades.
(Reportagem de Joseph Ax)
Escrito por Reuters
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