PT começa a estruturar comando da campanha de Lula
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Por Lisandra Paraguassu
SÃO PAULO (Reuters) - O PT começa, esta semana, a estruturar um comando efetivo da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de cobranças contínuas de aliados e uma crise interna que levou ao afastamento da cúpula da comunicação, com a criação de um conselho político formado por representantes dos partidos da coligação e a volta de antigos amigos de Lula, até o momento alijados da campanha.
Em reuniões na semana passada, a Executiva do partido definiu essa estrutura e nomes que devem fazer parte do comando da campanha, mas ainda é preciso bater o martelo com o próprio Lula.
Entre os nomes que passarão a integrar o comando de campanha, estão o ex-governador do Piauí Wellington Dias, o senador Jaques Wagner e o ex-ministro Gilberto Carvalho.
Um dos amigos mais antigos de Lula, Carvalho estava afastado da campanha mas, de acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, foi chamado pelo presidente e irá cuidar da mobilização social.
Estão ainda no grupo os deputados Rui Falcão (SP), Paulo Teixeira (SP) e José Guimarães (PE), o ex-ministro Aloizio Mercadante --hoje presidente da fundação Perseu Abramo e que está coordenando a organização do programa de governo-- e o também ex-ministro Luiz Dulci, responsável pela agenda de eventos de Lula, além do candidato a vice na chapa, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.
A coordenação-geral deverá ficar a cargo da deputada Gleisi Hoffmann, presidente do partido.
A deputada, no entanto, garante que a coordenação também será colegiada.
“Tem que ser colegiada, coletiva, com os presidentes dos partidos. Não pode ser concentrada em uma só se a gente pretende algo potente, algo que faça uma unidade, uma união. Todos têm que se sentir participando. Por isso a gente não formalizou a coordenação de campanha. Você está buscando um movimento e aí o PT sai na frente definindo coordenação de campanha? Os outros só entram para apoiar?”, argumentou.
O conselho político, segundo Gleisi, deverá ser formado não apenas pelos presidentes dos partidos, mas “nomes de relevância política”, que não dirigentes, mas indicados pelas siglas.
A estruturação, no entanto, só deve acontecer de fato a partir da próxima semana, depois da oficialização da pré-candidatura. Como mostrou a Reuters, é depois do lançamento, no dia 7, que Lula vai aumentar as viagens e começar de fato a correr o país, como querem os aliados.
Na semana que vem, o ex-presidente passa três dias em Minas Gerais e na semana seguinte vai ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
No final de maio, estão sendo organizadas viagens também ao Pará e ao Amazonas.
Já o Nordeste está reservado para o início de junho, sem data definida ainda. Até agora fala-se em Alagoas, onde o ex-governador Renan Filho (MDB) estaria trabalhando em uma agenda para o ex-presidente, e Piauí.
“O presidente está querendo uma agenda de segurança alimentar, e estamos trabalhando para que seja no Piauí”, disse Wellington Dias, que vai disputar uma vaga no Senado. Isso porque, em 2003, o programa Fome Zero, uma das marcas sociais do governo de Lula, foi lançado em duas cidades do Estado, Acauã e Guaribas.
ALCKMIN
Uma das definições dos últimos dias é que o ex-governador Geraldo Alckmin irá acompanhar Lula em parte das viagens, como para Minas Gerais. A intenção, segundo Gleisi, é conseguir vincular a imagem de ambos e passar a ideia dessa unidade.
No entanto, a intenção é que Alckmin se dedique a outras viagens e a grupos com que ele tem maior interlocução, como empresários, agronegócio e médicos, cujas organizações de classe romperam com o PT com a criação do programa Mais Médicos, durante o governo de Dilma Rousseff.
“Essa é a lógica da campanha. Depois que você se elege, as pessoas se inibem um pouco, se policiam. Na campanha tem essa parte mais gostosa que você sente mais o povo”, disse Alckmin ao sair de uma reunião de avaliação da campanha, nesta segunda-feira, em São Paulo.
Oficialmente a campanha eleitoral começa apenas em agosto, mas na prática vários políticos que se colocam como pré-candidatos à Presidência já estão trabalhando de olho nas eleições de outubro.
Escrito por Reuters
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