Putin acusa líder da Ucrânia de tramar conflito naval para aumentar popularidade
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Por Polina Nikolskaya e Darya Korsunskaya
MOSCOU, (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quarta-feira seu colega ucraniano, Petro Poroshenko, de orquestrar uma 'provocação' naval no Mar Negro no final de semana para melhorar sua baixa popularidade de olho na eleição do ano que vem.
A Rússia deteve três embarcações navais da Ucrânia e suas tripulações no domingo devido ao que disse ter sido uma entrada ilegal em águas russas, o que Kiev nega.
No Ocidente o episódio provocou temores de um conflito mais amplo entre os dois países, e desde então a Ucrânia decretou lei marcial em algumas áreas do país, dizendo temer uma possível invasão russa.
Alguns dos aliados ocidentais da Ucrânia aventaram a possibilidade de impor novas sanções a Moscou devido ao incidente, o que poderia afetar a economia russa.
Em seus primeiros comentários púbicos sobre o incidente, Putin afirmou que as embarcações navais ucranianas estavam claramente erradas, minimizou o episódio dizendo se tratar de uma questão fronteiriça menor e acusou o presidente ucraniano de ter orquestrado a pequena crise para aumentar sua popularidade.
'Foi sem dúvida uma provocação', disse Putin em um fórum financeiro em Moscou.
'Foi organizado pelo presidente antes das eleições. O presidente está em quinto lugar nas pesquisas, e portanto tinha que fazer algo. Foi usado como um pretexto para decretar a lei marcial.'
A Ucrânia está conseguindo usar o episódio para atiçar o sentimento antirrusso, e o Ocidente está pronto para perdoar as limitações dos políticos ucranianos porque engoliu a narrativa que Kiev está divulgando, disse Putin.
O líder russo falou depois que Moscou enviou mais de seus sistemas de mísseis terra-ar avançados S-400 à Crimeia, região ucraniana que anexou em 2014, e um repórter da Reuters viu um navio de guerra russo nas imediações no momento em que as tensões com Kiev aumentam.
A repercussão do episódio pode frustrar uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Putin na cúpula do G20 na Argentina no final desta semana. Na terça-feira Trump disse que poderia cancelar o encontro por causa do incidente, mas nesta quarta-feira Putin disse que ainda espera poder encontrá-lo.
(Reportagem adicional de Tom Balmforth, Polina Ivanova, Vladimir Soldatkin, Katya Golubkova, Gleb Stolyarov e Oksana Kobzeva em Moscou)
Escrito por Thomson Reuters
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