Queijo com nome "parmesão" pode sumir do Brasil
Isso por causa de um acordo entre Mercosul e União Europeia.
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Queijos como parmesão e gorgonzola, mortadela Bologna, conhaque e mais de 300 outros produtos fabricados no Brasil poderão ter os nomes postos em xeque caso uma área de livre-comércio seja estabelecida com a União Europeia. Isso porque a Europa cobra o direito sobre esses termos que identificam queijos, embutidos, bebidas e outros alimentos.
Um documento de oito páginas enviado por Bruxelas ao Mercosul tem causado preocupação na indústria de alimentos e bebidas. A lista tem 348 itens cujos nomes são considerados como de uso exclusivo da União Europeia. Nela, estão todos os produtos com a chamada “indicação geográfica”, termo atribuído a produtos que têm características associadas a um local.
“O Brasil é um país de imigrantes que chegaram e começaram a produzir aqui o que faziam na Europa. Não podemos aceitar”, diz a superintendente de relações internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Lígia Dutra. A entidade tenta convencer negociadores do Mercosul a rejeitar ou flexibilizar a lista.
O senso de urgência dos fabricantes nacionais aumentou com os sinais de que as negociações entre os dois blocos avançam e há chance de um pré-acordo nos próximos dias.
A UE argumenta que a indicação geográfica serve para proteger mercadorias contra cópias, garante a qualidade ao consumidor e ainda é um elemento de marketing. Parceiros comerciais, porém, acusam os europeus de usar o instrumento como uma maneira de protecionismo. A estratégia parece ainda mais sagaz porque também são colocadas restrições na comercialização desses itens com terceiros países.
Alguns mercados já se adaptaram à indicação geográfica da UE. No Reino Unido, o termo “conhaque” é usado apenas para a bebida produzida na região da Cognac, no oeste francês. Todas as outras bebidas semelhantes são vendidas como “brandy”. No Brasil, o termo ainda é usado indistintamente.
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Escrito por Redação
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