Reino Unido entra em interdição, mas metrô de Londres continua cheio
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Por Alistair Smout e Michael Holden
LONDRES (Reuters) - As ruas do Reino Unido estavam muito mais tranquilas do que o normal nesta terça-feira depois que o país entrou em uma interdição virtual para tentar deter a disseminação do coronavírus, mas os trens do metrô de Londres continuavam cheios e as ruas estavam longe de desertas.
Alguns trabalhadores também continuavam a se manter próximos mesmo depois de o primeiro-ministro, Boris Johnson, ter ordenado na segunda-feira que as pessoas fiquem em casa, dito que a maioria das lojas precisa fechar e proibido as reuniões sociais.
As restrições, que são inéditas em tempos de paz e durarão ao menos três semanas, visam impedir que o Sistema Nacional de Saúde estatal (NHS) fique sobrecarregado depois que o número de mortes do coronavírus no Reino Unido subiu para 335.
Mas imagens de redes sociais mostraram trens do metrô de Londres repletos de viajantes, e uma grande rede varejista insinuou que quer se manter aberta. Também houve queixas de que os alertas são confusos ou não foram longe o suficiente.
'Espero que as pessoas sigam este conselho. Se, por algum motivo, não o fizerem, as penalidades estão aí', disse o ministro do gabinete Michael Gove à BBC TV. 'As pessoas precisam ficar em casa para se proteger, para proteger o NHS e para salvar vidas.'
Segundo as restrições à circulação, as pessoas só deveriam sair de casa por motivos muito limitados, como ir a supermercados para obter suprimentos vitais ou para se exercitarem uma vez por dia.
Conselhos anteriores para que os britânicos evitem aglomerações foram essencialmente ignorados – pessoas continuaram indo a parques e salões de beleza. Agora a polícia dispersará reuniões de mais de duas pessoas, e eventos sociais como casamentos – mas não funerais – serão impedidos.
Gove disse que medidas mais rígidas do que multas de 30 libras esterlinas para pessoas que violarem as novas restrições podem ser adotadas.
'Se as pessoas de fato persistirem em se comportar de maneira antissocial, temos medidas mais fortes', disse ele no programa Good Morning Britain da ITV.
Uma pesquisa do instituto YouGov revelou que 93% dos britânicos apoiam as medidas, mas que há divisões quando se indaga se multas serão uma forma de dissuasão suficiente. A enquete ainda mostrou que 66% acreditam que as regras serão muito fáceis ou bastante fáceis de seguir.
Escrito por Reuters