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Republicanos linha-dura seguem contra candidatura de McCarthy à presidência da Câmara

Placeholder - loading - 05/01/2023 REUTERS/Evelyn Hockstein
05/01/2023 REUTERS/Evelyn Hockstein

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Por Gram Slattery e Makini Brice

WASHINGTON (Reuters) - Republicanos linha-dura da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos rejeitaram a candidatura de Kevin McCarthy à presidência da Casa pela décima vez nesta quinta-feira, mesmo depois de ele propor reduzir a sua própria influência, gerando dúvida sobre a capacidade do partido de exercer poder.

Após não conseguir formar maioria em torno da candidatura do republicano McCarthy, a Câmara atingiu um nível de disfunção que não era visto desde 1859, quando foram necessárias 10 votações para eleger um líder em um período turbulento que antecedeu a Guerra Civil.

Com a 11ª votação em três dias em andamento, ainda não havia sinal de que McCarthy tinha um caminho para chegar ao cargo.

Sem conseguir escolher um líder, a Câmara, com 435 assentos, está impotente --não consegue nem empossar formalmente novos membros eleitos, muito menos realizar audiências, avaliar projetos de lei ou supervisionar o presidente democrata Joe Biden e seu governo.

Republicanos conquistaram uma maioria apertada --de 222 cadeiras a 212-- nas eleições de meio de mandato em novembro, o que significa que McCarthy não pode perder o apoio de mais do que quatro republicanos, com os democratas unidos em torno do seu próprio candidato.

McCarthy, parlamentar da Califórnia que foi apoiado pelo ex-presidente Donald Trump para o cargo, ofereceu aos rebeldes várias concessões que enfraqueceriam seu papel de presidente, o que aliados políticos alertaram que tornaria o cargo ainda mais difícil, se ele o conseguir.

Pelo menos 200 republicanos apoiaram McCarthy em cada uma das votações esta semana. Menos de 10% dos parlamentares republicanos votaram contra ele, mas foram suficientes para lhe negar os 218 votos necessários para suceder a democrata Nancy Pelosi como presidente da Câmara.

“O que vocês estão vendo no plenário não significa que somos disfuncionais”, disse a parlamentar republicana, Anna Paulina Luna, ao nomear o rival de McCarthy, Byron Donalds, para a 10ª votação.

“CONSTRUIR UMA CAMISA DE FORÇA”

Os apoiadores de McCarthy dizem que estão fazendo progresso em conversas a portas fechadas, mas nenhum prevê uma solução em breve.

“Posso dizer que há algumas coisas boas acontecendo”, disse a parlamentar Marjorie Taylor Greene, apoiadora de McCarthy que está entre os conservadores mais contundentes da Câmara. “Acho que veremos alguma movimentação.”

Os adversários de McCarthy continuam inflexíveis, dizendo que não confiam nele para manter táticas de terra arrasada que querem usar contra Biden e o Senado, controlado pelos democratas.

“Isso termina de uma ou duas maneiras: ou Kevin McCarthy se retira da disputa ou nós construímos uma camisa de força da qual ele seja incapaz fugir”, disse o parlamentar republicano, Matt Gaetz, que votou em Trump para presidente da Câmara.

Como presidente, McCarthy teria um cargo que normalmente molda a agenda da Casa e é o segundo na linha de sucessão da Presidência dos EUA, atrás da vice-presidente Kamala Harris. Ele teria o poder para frustrar a agenda legislativa de Biden e lançar investigações contra a família do presidente e seu governo, no aquecimento para a eleição presidencial de 2024.

Em uma sessão de negociação tarde da noite, McCarthy ofereceu aos resistentes uma influência maior sobre qual legislação será colocada em votação, segundo uma fonte com conhecimento das conversas.

Ele também ofereceu a habilidade de qualquer membro da Câmara convocar uma votação que poderia potencialmente retirá-lo do cargo --uma medida que ajudou a levar pelo menos um ex-presidente republicano da Câmara, John Boehner, à aposentadoria.

Essas concessões podem ajudar McCarthy a atrair alguns resistentes, mas o deixaria mais vulnerável aos linha-dura durante os próximos dois anos, isso se no fim das contas ele conseguir ganhar a presidência.

(Reportagem de Moira Warburton, Doina Chiacu, David Morgan, Kanishka Singh e Gram Slattery)

Escrito por Reuters

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