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Responsabilidade fiscal é compromisso do governo e será mantida à risca, diz Lula

Placeholder - loading - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 17/04/2024 REUTERS/Luisa Gonzalez
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 17/04/2024 REUTERS/Luisa Gonzalez

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Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que a responsabilidade fiscal é um compromisso de seu governo e que o país jamais será irresponsável nessa área, após dias de dólar em alta em meio à desconfiança do mercado com a situação das contas públicas e desconforto com declarações do presidente sobre o Banco Central.

'A gente vai ter uma política econômica sem causar sobressalto a ninguém, a gente vai ter uma política econômica que vai fazer esse país crescer, a gente vai continuar fazendo transferência de renda, e a gente ao mesmo tempo vai continuar com a responsabilidade que nós sempre tivemos', disse Lula em cerimônia de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar.

'Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso deste governo desde 2003, e a gente manterá ele à risca', acrescentou.

Em rápida entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto no fim da tarde, Lula afirmou que 'a comida vai ficar barata' e que 'este país jamais será irresponsável do ponto de vista fiscal'.

'O país tem que estar calmo porque está tudo acontecendo favoravelmente, se você tem um desarranjo qualquer, você só tem que consertar.'

Na véspera, o dólar encerrou o dia a 5,6665 reais, maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, mesmo tendo desacelerado a alta em meio a rumores de que o Banco Central estaria consultando as Tesourarias de bancos sobre eventual intervenção no câmbio.

Nas últimas semanas, tendo como pano de fundo os ataques constantes de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e ao nível da taxa Selic, hoje em 10,50%, surgiram no mercado temores de que o governo poderia alterar a dinâmica do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em negociações com a moeda norte-americana -- algo já adotado no passado --, o que foi negado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nesta quarta-feira, no entanto, o dólar operou em baixa no Brasil diante da expectativa de reunião entre Lula e ministros da área econômica, no início da noite, para tratar do câmbio e da situação fiscal.

Após o discurso de Lula, a moeda norte-americana acentuou a queda e chegou a cair mais de 2%, fechando a 5,5693 reais na venda, uma baixa de 1,72%. Foi a maior queda percentual em um único dia desde 6 de janeiro de 2023.

Em entrevista a jornalistas no Planalto após o evento do início da tarde, Haddad disse que a diretoria do Banco Central tem autonomia para atuar no câmbio como entender conveniente e que não há orientação contrária. Acrescentou ainda sua crença de que o dólar vai se acomodar, afirmando que a responsabilidade fiscal é um compromisso da vida pública do presidente.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello; reportagem adicional de Bernardo Caram)

Escrito por Reuters

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