Resultado de tomografia de Lula foi 'extremamente satisfatório' e presidente volta a Brasília, diz médico
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Por Laís Morais e Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) -O resultado da tomografia realizada no presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela manhã foi 'extremamente satisfatório' e ele está liberado pela equipe médica para retornar a Brasília ainda nesta quinta-feira, disse o médico pessoal do presidente, Roberto Kalil Filho.
Em entrevista a jornalistas no Hospital Sírio-Libanês, onde Lula realizou o exame, Kalil disse que o hematoma no crânio que levou Lula, de 79 anos, a passar por uma cirurgia de emergência na semana passada não existe mais.
'(O resultado da tomografia) foi extremamente satisfatório e ele está bem... Simplesmente o hematoma não existe mais', disse Kalil aos jornalistas.
'O estado geral dele é bom, e a equipe médica liberou ele para ir para Brasília no dia de hoje', afirmou.
A médica Ana Helena Germoglio, que integra a equipe responsável pela saúde do presidente e que ficará responsável pelo acompanhamento dele na capital federal, disse que Lula se submeterá em dez dias a uma nova tomografia, que será realizada no Sírio-Libanês de Brasília.
Ela acrescentou que o presidente deve passar Natal e Ano Novo em Brasília.
Segundo os médicos, Lula está liberado para exercer suas atividades normalmente, com restrição apenas para atividades físicas. O médico lembrou que o presidente já vinha se reunindo com ministros em São Paulo após receber alta hospitalar no último final de semana.
'As orientações são as que já falamos, ele não fazer exercícios físicos. Obviamente que ele pode fazer as atividades normais. A cognição está perfeita, ele pode trabalhar', disse Kalil.
A expectativa é de que o presidente chegue à capital federal no início da tarde. A princípio não há previsão de Lula se reunir com ministros ainda nesta quinta, embora essa possibilidade não esteja descartada. Na sexta-feira, Lula terá uma reunião ministerial.
A volta de Lula a Brasília acontece em um momento crucial para o governo, com o Executivo buscando aprovar no Legislativo medidas do pacote fiscal de corte de gastos anunciado recentemente, em meio a um cenário de estresse no mercado financeiro, com o dólar atingindo patamares recordes contra o real por conta também das preocupações dos agentes com as contas públicas.
TRABALHO A FAZER
Lula passou na madrugada da terça-feira da semana passada por uma cirurgia de emergência para drenagem de um hematoma no crânio, resultado de um acidente doméstico em outubro, quando levou um tombo no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a cabeça.
Dois dias depois, o presidente foi submetido a um procedimento complementar à cirurgia para impedir que novos sangramentos surgissem no local. Segundo a equipe médica que cuida do presidente, após o procedimento, a chance de Lula ter um novo sangramento no crânio é 'estatisticamente desprezível'.
Lula afirmou, em entrevista coletiva ao receber alta no sábado, que só teve noção da gravidade do que ocorreu com ele depois de conversar com a equipe médica após a cirurgia para drenar o hematoma.
'Eu só fui ter noção da gravidade já depois da cirurgia pronta, depois da cabeça estar nova, doendo ainda, porque o trabalho ortopédico para mexer na cabeça também não é fácil. Mas eu estou tranquilo, me sinto bem', afirmou.
'Eu quero que vocês saibam que eu estou voltando com muita tranquilidade. Tenho muito trabalho para fazer. Eu tenho um compromisso com esse país. Eu tenho um compromisso com o povo brasileiro. E eu quero deixar a Presidência da República do mesmo jeito que eu deixei em 2010, de cabeça erguida.'
O mais recente episódio envolvendo a saúde de Lula, que enfrentou um câncer na laringe diagnosticado em 2011, também gerou incertezas sobre a sucessão presidencial de 2026, quando, aos 81 anos de idade, ele poderá tentar a reeleição e buscar um quarto mandato na Presidência. Lula também passou por uma cirurgia no quadril em 2023.
Em entrevista recente à CNN Brasil, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou que Lula será candidato em 2026.
(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em BrasíliaEdição de Pedro Fonseca)
Escrito por Reuters
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