Riscos tarifários ameaçam melhora da confiança empresarial na Alemanha
Publicada em
Por Miranda Murray e Rachel More
BERLIM (Reuters) - A confiança das empresas alemãs aumentou inesperadamente em abril, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, mas as expectativas são mais sombrias uma vez que as empresas permanecem incertas sobre como será a escalada da guerra tarifária com os Estados Unidos.
O instituto Ifo disse que seu índice de clima de negócios subiu para 86,9 em abril, de 86,7 em março, superando as previsões de analistas consultados pela Reuters de 85,2.
O índice de expectativas caiu de 87,7 para 87,4, de acordo com a pesquisa mensal do instituto sediado em Munique com cerca de 9.000 empresas. Entretanto, esse resultado foi melhor do que a queda para 85,0 esperada pelos analistas.
'A incerteza entre as empresas aumentou. A economia alemã está se preparando para turbulências', disse o presidente do Ifo, Clemens Fuest.
Os prováveis futuros partidos de coalizão da Alemanha concordaram com um aumento maciço de empréstimos em março para impulsionar a economia, mas economistas disseram que isso não proporcionará uma solução rápida este ano.
'As expectativas de negócios significativamente melhores na indústria da construção - provavelmente graças ao pacote de infraestrutura - e as expectativas futuras estáveis entre os prestadores de serviços estão atualmente quase compensando a queda na indústria, bem como no atacado e no varejo', disse Andreas Scheuerle, analista da Deka.
Analistas disseram que a alta do índice foi uma surpresa positiva, mas foram cautelosos com relação ao otimismo refletido nos resultados.
'No momento, há mais incógnitas do que certezas para a economia alemã', disse Carsten Brzeski, do ING, que alertou para o fato de que o índice Ifo tem um longo histórico de respostas atrasadas a eventos políticos em suas leituras.
As tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, causaram incertezas em todo o mundo, e a Alemanha será o maior perdedor europeu em uma guerra comercial.
(Reportagem de Rachel More, Miranda Murray e Klaus Lauer)
Escrito por Reuters