Roberta Flack, cantora norte-americana e vencedora do Grammy, morre aos 88 anos
Publicada em
Por Patricia Reaney
NOVA YORK (Reuters) - Roberta Flack, a cantora de voz suave cujas baladas “The First Time Ever I Saw Your Face” e “Killing Me Softly With His Song” lideraram as paradas nos anos 1970, morreu nesta segunda-feira aos 88 anos, segundo sua assessora de imprensa.
“Estamos de coração partido que a gloriosa Roberta Flack morreu nesta manhã de 24 de fevereiro, 2025. Ela morreu pacificamente, cercada por sua família. Roberta quebrou fronteiras e recordes. Ela também era uma orgulhosa educadora”, disse a assessora Elaine Schock, em um comunicado. Não foi informada a causa da morte.
A pianista com formação clássica desafiou os gêneros musicais misturando aspectos de jazz, soul, pop e R&B para criar um estilo distinto e se tornar uma das cantoras mais influentes dos Estados Unidos.
Flack disse em novembro de 2022 que havia sido diagnosticada com ELA, também conhecida como doença de Lou Gehrig, e não conseguia mais cantar. A esclerose lateral amiotrófica é uma doença degenerativa que impacta as células nervosas e causa paralisia e morte.
A cantora venceu quatro prêmios do Grammy e foi homenageada pelo conjunto da obra em 2020. Ela foi a primeira artista a conquistar dois troféus consecutivos por Álbum do Ano, com ”First Time I Ever Saw Your Face” em 1973 e 'Killing Me Softly with His Song” em 1974.
“Em mais de meio século fazendo música, ela se estabeleceu como uma das mais distintas estilistas de músicas do cenário pop”, afirmou a National Public Radio sobre Flack em 2020.
Flack teve vários hits em primeiro lugar nas paradas nos anos 1970 e produziu 20 álbuns de estúdio. Embora tenha composto algumas das suas próprias canções e colaborado em outras, ela se considerava uma intérprete de músicas.
“Quando Flack canta, ela acaricia cada cadência, considerando-as e as intensificando, para compreender melhor o significado completo da letra”, afirmou o jornal The Guardian em 2020.
PRODÍGIO MUSICAL
Roberta Cleopatra Flack nasceu em 10 de fevereiro de 1937, em Black Mountain, Carolina do Norte, em uma família musical.
Flack começou a tocar piano quando tinha nove anos, encorajada pela sua mãe, que era organista de uma igreja. Ela escreveu em seu livro infantil autobiográfico “O Piano Verde” sobre o seu primeiro piano, que era usado e seu pai resgatou e pintou.
A lendária cantora terminou o ensino médio aos 15 anos e recebeu uma bolsa completa da Universidade Howard, na qual se formou em música. Inicialmente, Flack queria ser pianista de concerto, mas estudou canto e aspirou a ser cantora de ópera.
Ela abandonou o sonho de fazer pós-graduação após a morte do pai e se tornou professora em Washington.
Perfeccionista, Flack dava aulas durante o dia e cantava em clubes locais à noite. O músico de jazz norte-americano Les McCann a ouviu cantando no clube Mr. Henry de Washington e a ajudou a conseguir um contrato com a Atlantic Records.
Uma mulher negra crescendo no Sul, Flack vivenciou racismo e segregação, além dos desafios do setor musical nos anos 1970, dominado principalmente por homens.
(Reportagem adicional de Brendan O’Brien)
Escrito por Reuters