Rússia protesta contra EUA por jornalistas norte-americanos em Kursk
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MOSCOU (Reuters) - A Rússia disse que convocou um diplomata graduado dos Estados Unidos nesta terça-feira para protestar contra o que chamou de 'ações provocativas' de jornalistas norte-americanos trabalhando na região russa de Kursk.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que informou à encarregada de negócios da embaixada dos EUA em Moscou, Stephanie Holmes, que os repórteres haviam cruzado ilegalmente para a região, onde as forças ucranianas fizeram uma incursão há duas semanas, e que a Rússia pretende processá-los.
Moscou parecia estar se referindo a reportagens do Washington Post e da CNN realizadas em Sudzha, uma cidade fronteiriça russa atualmente sob o controle de Kiev.
Na transmissão da CNN, os jornalistas viajaram com um comboio militar ucraniano da Ucrânia para Sudzha, onde encontraram uma cidade quase deserta com algumas dezenas de moradores idosos.
Para o Washington Post, um repórter de texto, um cinegrafista e um fotógrafo viajaram para Sudzha no sábado, escoltados por tropas ucranianas, e entrevistaram dezenas de civis russos e soldados ucranianos.
O Ministério das Relações Exteriores russo disse que protestou contra as ações de repórteres norte-americanos que 'entraram ilegalmente na região de Kursk para fazer cobertura de propaganda dos crimes do regime de Kiev'.
A pasta não citou o nome dos repórteres ou de seus veículos.
As ações dos jornalistas 'provam claramente o envolvimento dos Estados Unidos como participante direto do conflito', disse o Ministério das Relações Exteriores.
Contatado pela Reuters, um porta-voz do Washington Post disse: 'Estamos orgulhosos de nossa cobertura sobre a guerra entre a Ucrânia e a Rússia e continuamos comprometidos em cobrir todos os aspectos desse conflito importante e em evolução'.
A CNN e a embaixada dos EUA em Moscou não responderam aos pedidos de comentários em um primeiro momento.
Em um caso semelhante, a Rússia convocou na sexta-feira o embaixador da Itália no país para protestar contra o que chamou de 'travessia ilegal da fronteira' por uma equipe de correspondentes da emissora estatal italiana RAI, que fez uma reportagem de Sudzha sob escolta militar ucraniana. Os dois jornalistas retornaram posteriormente à Itália.
Em seu comunicado nesta terça-feira, Moscou acrescentou que havia 'evidências da participação de PMCs (empresas militares privadas) norte-americanas ao lado das Forças Armadas da Ucrânia durante a invasão do território da Federação Russa'. Não disse a quais evidências estava se referindo.
Todos os mercenários estrangeiros que entram ilegalmente na Rússia 'tornam-se automaticamente um alvo militar legítimo', disse o ministério.
(Reportagem da Reuters)
Escrito por Reuters
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