Rússia se retira formalmente de tratado sobre Forças Armadas pós-Guerra Fria
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Por Guy Faulconbridge e Lidia Kelly
MOSCOU (Reuters) - A Rússia se retirou formalmente nesta terça-feira de um tratado de segurança histórico que limitava importantes categorias de Forças Armadas convencionais, culpando os Estados Unidos por abalar a segurança pós-Guerra Fria com a ampliação da aliança militar da Otan.
O Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE), de 1990, assinado um ano após a queda do Muro de Berlim, impôs limites verificáveis às categorias de equipamentos militares convencionais que a Otan e o então Pacto de Varsóvia poderiam implantar.
O tratado foi criado para evitar que qualquer um dos lados da Guerra Fria acumulasse forças para uma ofensiva rápida contra o outro na Europa, mas era impopular em Moscou, pois reduziu a vantagem da União Soviética em armas convencionais.
A Rússia suspendeu sua participação no tratado em 2007 e interrompeu sua participação ativa em 2015. Mais de um ano após a invasão em grande escala da Ucrânia, o presidente Vladimir Putin assinou em maio um decreto condenando o pacto.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a Rússia havia se retirado formalmente do pacto à meia-noite - e que o tratado agora era 'história'.
'O Tratado CFE foi concluído no final da Guerra Fria, quando a formação de uma nova arquitetura de segurança global e europeia baseada na cooperação parecia possível, e tentativas apropriadas foram feitas', afirmou o ministério.
A Rússia disse que a pressão dos EUA para a ampliação da Otan levou os países da aliança a 'contornar abertamente' as restrições de grupo do tratado, e acrescentou que a admissão da Finlândia na Otan e a candidatura da Suécia significavam que o tratado estava morto.
'Até mesmo a preservação formal do Tratado CFE se tornou inaceitável do ponto de vista dos interesses fundamentais de segurança da Rússia', disse o ministério, observando que os Estados Unidos e seus aliados não ratificaram o CFE atualizado de 1999.
Os aliados da Otan condenaram na terça-feira a decisão da Rússia, acrescentando que, como consequência, pretendiam suspender a operação do tratado enquanto necessário.
Escrito por Reuters
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