Secretaria de Previdência e Receita será chefiada por Cintra; Troyjo ficará com Comércio Exterior, diz Guedes
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Por Marcela Ayres e Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O superministério da Economia do governo Jair Bolsonaro (PSL) contará com seis secretarias especiais, dentre as quais a de Previdência e Receita Federal, comanda por Marcos Cintra, e de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, a cargo de Marcos Troyjo, afirmou nesta quinta-feira o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Cintra é PhD em Economia em Harvard, professor da FGV e presidente da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Histórico defensor de um imposto sobre movimentações financeiras como instrumento de ampla simplificação tributária, ele faz parte da equipe de transição e, antes disso, já colaborava com Guedes.
Já Troyjo é graduado em Ciência Política e Economia pela USP, doutor em Sociologia das Relações Internacionais pela USP, diplomata e integrante do Conselho Consultivo do Fórum Econômico Mundial e diretor do BRICLab da Universidade Columbia.
Segundo Guedes, para a área de Comércio Exterior também estão sendo sondados dois egressos de Chicago que trabalhariam como enviados especiais. Um tem histórico de trabalho em negociações com Estados Unidos e Europa, e o outro atuação voltada para China.
O futuro ministro explicou, em conversa com jornalistas no gabinete de transição em Brasília, que outras três secretarias especiais virão no lugar, respectivamente, do Ministério da Fazenda, do Ministério do Planejamento e do que é hoje o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, cuidando dos assuntos que hoje estão sob a aba dessas pastas.
No caso do MDIC, contudo, a secretaria especial mudará de nome e passará a ser de Competitividade e Produtividade. Nesse setor, está cotado Carlos da Costa, ex-diretor de Planejamento, Crédito e Tecnologia do BNDES, tem mestrado e doutorado em Economia pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla).
O engenheiro Waldery Rodrigues Junior é um dos cotados para assumir Secretaria Especial da Fazenda. Ele é o atual coordenador-geral da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, formado em Engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com doutorado em Economia pela UnB.
O atual secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, já foi confirmado em nota oficial que permanecerá no cargo no governo Jair Bolsonaro. Paulo Guedes indicou mais uma vez que Mansueto deve continuar no cargo, cujo setor, no redesenho, ficaria hierarquicamente ligado à Secretaria Especial da Fazenda.
Para a Secretaria Especial do Planejamento, por sua vez, é cotado para o cargo o atual ministro do Planejamento do governo Michel Temer, Esteves Colnago.
Paulo Guedes ressaltou que os nomes para essas três secretarias especiais, Competitividade e Produtividade, Fazenda, Planejamento, ainda não foram acertados em definitivo.
A última secretaria especial dentro dessa estrutura do Ministério da Economia já foi anunciada pelo governo e será de Desestatização e Desimobilização, chefiada pelo fundador e presidente do conselho de administração da locadora de veículos Localiza, Salim Mattar. Sua tarefa será de estruturar as privatizações.
Guedes pontuou que, somadas, todas as estatais do país valeriam 802 bilhões de reais, citando cálculos repassados pelo Tesouro Nacional. A venda de todos os imóveis da União também renderia, virtualmente, outros 800 bilhões de reais.
A equipe econômica sabe que não conseguirá se desfazer de todos esses ativos na íntegra, mas trabalhará dentro desse universo de possibilidades.
A estimativa de Guedes é que essa nova estrutura da área econômica do governo vá reduzir de 20 a 30 por cento o número de postos.
Escrito por Thomson Reuters
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