Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Sem ouvir Ministério da Saúde, Planalto faz campanha contra quarentena; Secom fala em vídeo experimental

Placeholder - loading - Presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília  20/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília 20/03/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ver comentários

Publicada em  

Atualizada em  

Por Lisandra Paraguassu, Maria Carolina Marcello e Ricardo Brito

BRASÍLIA, 27 Mar (Reuters) - O governo federal não consultou o Ministério da Saúde sobre a campanha 'O Brasil não pode parar', que custou 4,9 milhões de reais e convoca os brasileiros a não deixarem o trabalho durante a epidemia de coronavírus, contrariando recomendação de especialistas e a despeito de medidas de restrição adotadas por Estados, disseram duas fontes com conhecimento da situação.

De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, o material foi encomendado e aprovado pelo Palácio do Planalto, sem passar pelo Ministério da Saúde. Segundo uma delas, o ministério não foi consultado e nem sequer avisado de que o material iria para o ar a partir de quarta-feira, como ocorreu.

O texto da campanha vai na contramão do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e mesmo do que diz o ministério, apesar de o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ter suavizado suas posições sobre as medidas de isolamento social nos últimos dias para diminuir o conflito com o presidente Jair Bolsonaro, que as atacou em pronunciamento em cadeia nacional nesta semana e em declarações públicas.

A empresa brasiliense iComunicação Integrada foi contratada por 4.897.855,00 reais na última terça-feira, com dispensa de licitação, para 'disseminar informações de interesse público à sociedade, por meio de desenvolvimento de ações de comunicação'.

A dispensa foi publicada no Diário Oficial de quinta-feira, sob os nomes do secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, que está de licença médica desde que foi contaminado pelo coronavírus durante viagem presidencial a Miami no início do mês, e da secretária de Gestão e Controle da Secom, Maria Lúcia Valadares e Silva.

O argumento legal é o artigo da lei de licitações que prevê a dispensa de licitação 'nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços'. Na semana passada, o Congresso aprovou declaração de calamidade devido à pandemia de coronavírus.

A primeira peça da campanha foi veiculada na conta do governo federal no Instagram, na quarta-feira. Em um fundo amarelo aparece a hashtagh '#O Brasil Não Pode Parar'. Embaixo, uma explicação de que a quase totalidade dos óbitos no mundo seria de idosos, e que os demais deveriam voltar à normalidade respeitando um distanciamento social.

Nesta sexta-feira, um vídeo de 1 minuto e 20 segundos da campanha começou a circular em redes de mensagens de aliados do Planalto, ainda sem definição de quando e onde começará a ser veiculado oficialmente.

Sobre imagens de ambulantes, feirantes e outros trabalhadores, com uma música sombria, um texto lido repete que para várias categorias de trabalhadores, 'O Brasil não pode parar'.

'Para quem defende a vida dos brasileiros e as condições para que todos vivam com qualidade, saúde e dignidade, o Brasil definitivamente não pode parar', encerra o narrador.

O mote é o mesmo defendido com insistência por Bolsonaro desde seu pronunciamento, na última terça-feira, quando convocou os brasileiros a voltarem ao trabalho, criticou governadores por estarem adotando medidas que considera muito duras e voltou a chamar o coronavírus de 'gripezinha'.

Bolsonaro defende o chamado 'isolamento vertical', em que apenas as pessoas mais vulneráveis --idosos e pessoas com doenças crônicas-- fiquem isoladas, enquanto o restante volte ao trabalho. Com a insistência do presidente, Mandetta disse na quarta-feira que o ministério iria estudar a medida.

Horas depois de ser questionada pela Reuters, a Secretaria de Comunicação disse que o vídeo 'foi produzido em caráter experimental', sem custo e sem avaliação e aprovação da Secom.

'A peça seria proposta inicial para possível uso nas redes sociais, que teria que passar pelo crivo do governo. Não chegou a ser aprovada e tampouco veiculada em qualquer canal oficial do governo federal', diz a Secom em nota.

A Secom, no entanto, não explicou a publicação no Instagram. Insistiu que 'não há qualquer campanha do governo federal com a mensagem do vídeo sendo veiculada', com a ressalva final: 'por enquanto'.

Incentivados por Bolsonaro, alguns governadores mais alinhados com o governo federal, como o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), e o de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), anunciaram que irão reabrir o comércio.

Já o governador de São Paulo, João Doria, criticou duramente a campanha do governo.

'Esses 4,8 milhões de reais de investimento nessa campanha para desinformar a população deveriam ser utilizados para comprar suprimentos para os hospitais públicos, o atendimento aos mais pobres, aos mais humildes, aos desvalidos e ao atendimento e a informação correta à população', disse em entrevista na tarde desta sexta.

Doria lembrou da campanha lançada em Milão, há exatamente um mês, contra o isolamento social.

'Consultem o prefeito de Milão, que ontem declarou o arrependimento de ter apoiado uma iniciativa como essa. O resultado da irresponsabilidade em Milão hoje representa 4.400 italianos mortos porque acreditaram na mensagem que não era preciso parar', disse Doria.

A cidade, capital financeira da Itália, viralizou na Internet uma campanha semelhante, chamada 'Milano non si Ferma' (Milão não Para).

No vídeo, que falava dos 'milagres' feitos todos os dias pelos seus cidadãos, exortava os milaneses a continuar trabalhando. 'Porque, a cada dia, não temos medo. Milão não para.'

Na quinta-feira, o prefeito da cidade, Giuseppe Sala, que apoiou a campanha, admitiu o erro. Em um mês, a Lombardia teve mais de 37.298 mil casos e 5.402 mortes, e é a mais atingida da Itália.

'Foi no dia 27 de fevereiro, um vídeo ocupava a rede, todos o distribuíam, eu também distribuí. Certo ou errado, provavelmente errado', disse o prefeito. 'Ninguém entendeu a virulência do vírus. E, por outro lado, naquele momento, esse era o espírito', disse o prefeito à emissora italiana Rai Due.

A Itália chegou nesta sexta a 86.498 casos da doença e 9.134 mortes.

Na noite de quinta, em Balneário Camboriú (SC), houve uma carreata em defesa da abertura dos negócios. O vídeo foi publicado pelo presidente em suas redes sociais. No Twitter, a hashtag #OBrasilNãoPodeParar está nos primeiros lugares nos tópicos do dia.

Nesta sexta-feira, o PSOL entrou com uma representação contra o governo federal na Procuradoria-Geral da República questionando a campanha.

Escrito por Reuters

Últimas Notícias

Placeholder - loading - Imagem da notícia FOREIGNER SE DESPEDE DOS FÃS BRASILEIROS COM SHOW HISTÓRICO EM SÃO PAULO

FOREIGNER SE DESPEDE DOS FÃS BRASILEIROS COM SHOW HISTÓRICO EM SÃO PAULO

A lendária banda Foreigner se despediu dos fãs brasileiros com um super show em São Paulo, na noite do último sábado, em uma apresentação marcada por emoção, energia e celebração. O evento, que aconteceu no Espaço Unimed, faz parte da turnê mundial de despedida do grupo e contou com a participação especial do vocalista original Lou Gramm, consolidando-se como um momento inesquecível para os fãs de rock clássico.

Como antecipado em entrevista exclusiva à Rádio Antena 1 pelo próprio Lou Gramm, a passagem pelo Brasil teria um significado especial. E assim foi: ao invés de um clima de tristeza, o que se viu foi uma verdadeira festa em homenagem ao legado de uma das maiores bandas do rock americano das décadas de 70 e 80.

Double Trouble Tour aquece o público com clássicos e surpresas

A noite começou em alto nível com a abertura da "Double Trouble Tour", projeto que reuniu os vocalistas Eric Martin (Mr. Big) e Jeff Scott Soto (Yngwie Malmsteen, Journey), acompanhados pela competente banda Spektra, formada por Leo Mancini (guitarra), Edu Cominato (bateria), BJ (teclados e vocais) e Henrique Baboon (baixo).

No repertório, sucessos das bandas pelas quais os cantores passaram, como "To Be With You" e "Wild World", do Mr. Big, além da poderosa "Separate Ways", do Journey, que permitiu a Soto mostrar toda sua força vocal. A surpresa da noite ficou por conta de uma cover intensa de "Crazy", de Seal, provando a versatilidade dos músicos em cena.

Foreigner entrega performance impecável na turnê de despedida

Após a abertura arrebatadora, foi a vez do Foreigner subir ao palco — e mostrar por que ainda é referência quando se fala em rock de arena. Com uma performance carregada de emoção e qualidade técnica, Jeff Pilson, Michael Bluestein, Bruce Watson, Chris Frazier e Luis Carlos Maldonado conduziram o público por uma viagem sonora de quase cinco décadas de história.

“Arrisco a dizer que Maldonado foi o grande destaque da noite — se isso for possível diante da qualidade técnica dos outros integrantes do grupo. Fiquei impressionado ”, comentou o jornalista João Carlos Santana, da Rádio Antena 1.

A setlist, fiel àquela apresentada em outras datas da turnê pela América Latina, incluiu todos os grandes sucessos da banda (confira abaixo). E, no momento mais aguardado da noite, Lou Gramm subiu ao palco para cantar as quatro últimas músicas do show, em um ato simbólico que representou não apenas a origem musical da banda, mas também o respeito mútuo entre artista e público.

Set List - Foreigner - São Paulo, 10 de maio de 2025

1. "Double Vision"
2. "Head Games"
3. "Cold as Ice"
4. "Waiting for a Girl Like You"
5. "That Was Yesterday"
6. "Dirty White Boy"
7. "Feels Like the First Time"
8. "Urgent"
9. Keyboard Solo
10. Drum Solo
11. "Juke Box Hero" (with Lou Gramm)
12. "Long, Long Way From Home" (with Lou Gramm)
13. "I Want to Know What Love Is" (with Lou Gramm)
14. "Hot Blooded" (with Lou Gramm)

Uma despedida inesquecível e novos planos para 2026

A noite de sábado entrou para a história tanto para os fãs quanto para os músicos do Foreigner. Um evento raro, emocionante e tecnicamente impecável (com direito a solos de teclado e bateria). Mas para aqueles que ainda sonham em ver a banda ao vivo uma última vez, há uma última chance.

21 H
  1. Home
  2. noticias
  3. sem ouvir ministerio da saude …

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.