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Sempre que se tenta fazer política social, dizem que se gasta demais, diz Lula

Placeholder - loading - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião em Brasília 08/04/2024 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião em Brasília 08/04/2024 REUTERS/Ueslei Marcelino

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(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta sexta-feira que toda vez que se tenta fazer política social no Brasil há quem alegue que o país já gasta demais, defendendo que o governo deve promover oportunidades para toda a população.

'Nesse país, toda vez que se tenta fazer política social, aparece alguém dizendo 'gasta demais'', disse Lula durante discurso em campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Osasco.

O presidente também assegurou que o país não quebrará em seu governo pois ele tem 'responsabilidade'.

Nas últimas semanas, o governo tem sofrido uma pressão cada vez maior para anunciar medidas concretas de redução dos gastos públicos que permitam o cumprimento da meta de déficit zero neste ano, com o mercado na expectativa.

Lula tem se recusado a apresentar detalhes sobre como pretende cumprir a meta fiscal, dizendo apenas que não pretende fazer o ajuste sobre as pessoas mais pobres do país.

Somado às falas sobre o cenário fiscal, críticas recentes do presidente à condução da política monetária pelo Banco Central têm gerado pressão sobre os ativos brasileiros. Na terça-feira, o dólar atingiu o maior valor de fechamento desde janeiro de 2022, em 5,6665 reais.

Lula, de 78 anos, criticou comentaristas políticos que afirmar que ele 'fala demais' e rejeitou comparações com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 81 anos, que tem sido questionado sobre sua capacidade para exercer o cargo após um desempenho ruim em um debate na semana passada.

'Todos que acham que eu estou cansado, eu convido a fazer uma agenda comigo durante o meu mandato', afirmou.

Apesar do tom das declarações desta sexta-feira, Lula tem amenizado seus comentários nos últimos dias, reafirmando o compromisso fiscal do governo e deixando de criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer na quarta-feira que Lula exigiu o cumprimento do arcabouço fiscal a qualquer custo, anunciando que o governo pode fazer cortes de despesas obrigatórias no valor de 25,9 bilhões de reais para o próximo ano.

Também presente na cerimônia em que Lula discursou, Haddad disse, em sua fala, ter certeza que o presidente fará um ótimo terceiro mandato na Presidência ao aliar responsabilidade social, responsabilidade ambiental e responsabilidade com as contas públicas.

(Por Fernando Cardoso)

Escrito por Reuters

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