Senador dos EUA Bob Menendez se declara inocente de acusações de corrupção
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Por Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - O senador norte-americano Bob Menendez se declarou inocente nesta quarta-feira das acusações de ter recebido suborno de três empresários de Nova Jersey, à medida que aumentavam os pedidos de seus pares democratas para que renunciasse.
Na semana passada, promotores federais de Manhattan acusaram Menendez, de 69 anos, e sua esposa de aceitarem barras de ouro e centenas de milhares de dólares em dinheiro em troca de o senador usar sua influência para ajudar o governo do Egito e interferir nas investigações policiais sobre os empresários.
Menendez fez a declaração em uma audiência perante a juíza Ona Wang, em Manhattan. Wang disse que Menendez poderia ser liberado com uma fiança de 100 mil dólares. O senador terá que entregar seu passaporte pessoal, mas poderá manter seu passaporte oficial e viajar para o exterior em missões oficiais.
Sua esposa, Nadine Menendez, 56 anos, e os empresários Jose Uribe, 56 anos, e Fred Daibes, 66 anos, também se declararam inocentes. Um terceiro empresário, Wael Hana, 40 anos, se declarou inocente na terça-feira.
Menendez, um dos dois senadores que representam Nova Jersey, renunciou ao cargo de presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, conforme exigido pelas regras de seu partido. Mas, na segunda-feira, ele disse que permaneceria no Senado e lutaria contra as acusações.
Mais da metade de todos os senadores democratas -- incluindo Cory Booker, o outro senador de Nova Jersey -- pediram que Menendez, uma voz poderosa na política externa que às vezes contrariou seu próprio partido, renunciasse desde que as acusações foram reveladas na sexta-feira. Na quarta-feira, o senador Dick Durbin juntou-se aos pares democratas do Senado que pediram a Menendez que renunciasse, dizendo no X, anteriormente conhecido como Twitter, que ele acreditava que o senador não poderia mais exercer seu mandato.
Os democratas controlam o Senado por pouco, com 51 cadeiras, incluindo três independentes que normalmente votam com eles, contra 49 dos republicanos. O governador democrata de Nova Jersey, Phil Murphy, que indicaria um substituto temporário caso Menendez se afastasse, também pediu que ele renunciasse.
O indiciamento continha imagens de barras de ouro e dinheiro que os investigadores apreenderam na casa de Menendez. Os promotores dizem que Hana organizou reuniões entre o senador e autoridades egípcias -- que o pressionaram a aprovar uma ajuda militar -- e, em troca, colocou sua esposa na folha de pagamento de uma empresa que ele controlava.
A investigação marca a terceira vez que Menendez está sendo investigado por promotores federais. Ele nunca foi condenado.
(Reportagem de Luc Cohen; reportagem adicional de Andrew Goudsward em Washington)
Escrito por Reuters
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