Sérvios votam em eleição antecipada, partido governista deve ganhar novo mandato
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BELGRADO (Reuters) - Os sérvios votaram neste domingo numa eleição antecipada vista como um esforço do presidente Aleksandar Vucic e do seu populista Partido Progressista Sérvio (SNS) para garantir outro mandato de quatro anos, depois de dois tiroteios em massa terem abalado a sua popularidade.
O instituto de pesquisa CeSID-IPSOS disse que o comparecimento era de 32,3% às 14h (10h no horário de Brasília), acima dos 30,4% no mesmo período nas eleições de abril de 2022.
No total, 18 partidos e alianças disputam o apoio do eleitorado de 6,5 milhões de pessoas para 250 assentos no parlamento. O limiar para entrar no parlamento é de 3% dos votos.
A comissão eleitoral deverá anunciar os resultados completos nos próximos dias.
Dois tiroteios em massa em maio, que resultaram em 18 mortes, incluindo nove estudantes do ensino fundamental, desencadearam protestos que abalaram Vucic e o controle de uma década do SNS sobre a política. A insatisfação foi exacerbada pela crescente inflação, que atingiu 8% em novembro.
Os partidos da oposição e observadores dos direitos humanos também acusam Vucic e o SNS de praticar suborno eleitoral, sufocar a liberdade dos meios de comunicação, violência contra opositores, corrupção e ligações com o crime organizado. Vucic e seus aliados negam essas acusações.
Os institutos de pesquisa CeSID e IPSOS, que monitoram conjuntamente a votação de domingo, relataram irregularidades, incluindo chegadas organizadas de eleitores às salas eleitorais, fotografias de cédulas de votação e erros processuais.
Uma pesquisa de opinião realizada antes da eleição pelo site Nova Srpska Politicka Misao mostrava que o SNS e sua aliança A Servia Não Deve Parar, lideravam com 39,8% das intenções de votos, seguidos pela aliança Servia Contra a Violência com 25,6% e o Partido Socialista (SPS) do ministro das Relações Exteriores Ivica Dacic, que está de saída, parceiro de longa data da coalizão do SNS, com 8,9%.
(Por Aleksandar Vasovic e Ivana Sekularac)
Escrito por Reuters