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Setor de serviços do Brasil tem alta inesperada em julho e renova patamar recorde

Placeholder - loading - Mulher usa celular e computador em um café em São Paulo 17/10/2017 REUTERS/Nacho Doce
Mulher usa celular e computador em um café em São Paulo 17/10/2017 REUTERS/Nacho Doce

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Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO (Reuters) - O volume de serviços no Brasil teve resultado bem melhor do que o esperado em julho e cresceu pelo segundo mês seguido, iniciando o terceiro trimestre em patamar recorde e com um resultado que segue favorecendo o desempenho econômico.

O avanço foi de 1,2% em relação a junho, resultado que ofuscou a expectativa em pesquisa da Reuters de um recuo de 0,1%.

Com isso, o setor renovou seu patamar recorde, superando o nível do mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Em relação a julho do ano passado, o volume de serviços apresentou ganho de 4,3%, contra projeção de alta de 2,4% nessa base de comparação.

Com a inflação baixa, renda em alta e mercado de trabalho aquecido, os serviços tendem a dar contribuição positiva para a economia brasileira neste ano, embora a inflação do setor seja um ponto de alerta.

No segundo trimestre, os serviços -- setor que responde por cerca de 70% da economia do país -- avançaram 1,0% no período sobre os três meses anteriores, mostraram dados do IBGE sobre o PIB.

'O setor de serviços está no seu patamar mais alto graças a serviços prestados às empresas, mas a conjuntura positiva também contribuiu para o bom desempenho. Esse movimento recente tem a ver com empresas voltadas para outras empresas, em especial as de TI', disse Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

Os dados de julho serão avaliados pelo Banco Central na reunião de política monetária da próxima semana, já que reforçam o cenário de desempenho econômico forte. Analistas divergiram na véspera sobre a possibilidade de alta da Selic, atualmente em 10,5%, após divulgação de queda de 0,02% do IPCA em agosto.

'A leitura da pesquisa de serviços de julho sob a ótica da política monetária possui um viés negativo, uma vez que sugere pressões inflacionárias persistentes e que certamente demandarão atenção e, no limite, atuação por parte do Banco Central', afirmou Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

O IBGE destacou que houve alta de 4,2% em julho na atividade de profissionais, administrativos e complementares. Dentro do setor, os destaques foram as atividades de agenciamento de espaços de publicidade e a intermediação de negócios em geral.

'Uma empresa importante fez uma retificação de seus dados e isso mexeu com a série histórica. Essa empresa vai trazer a partir de agora mais informações e uma receita maior do que a empresa vinha informando, disse que as receitas estavam subestimadas', explicou Lobo.

Já o setor de informação e comunicação expandiu 2,2% no mês em meio ao aumento de receita nas atividades de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, bem como das de telecomunicações e de exibição cinematográfica.

“Como é um mês de recesso escolar, é comum que muitas famílias tirem férias e as salas de cinema acabam tendo um bom desempenho nesse período', analisou Lobo.

O outro setor com crescimento em julho foi o de outros serviços, que subiu 0,2%. Por outro lado, os transportes tiveram queda de 1,5% -- diante de menor atividade da indústria extrativa e da produção agrícola menor, segundo o IBGE -- e os serviços prestados às famílias contraíram 0,2%.

A pesquisa ainda mostrou que o índice de atividades turísticas contraiu 0,9% em julho sobre o mês anterior, uma vez que os preços das passagens aéreas cresceram 19,39% e os de aluguel de veículos aumentaram 6,93%.

Escrito por Reuters

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