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Sírios voltam da Turquia para casa com lágrimas e esperança

Placeholder - loading - Sírio Ala Jabeer, que fugiu para a Turquia em 2011, e sua filha de 10 anos Sirin na passagem de fronteira de Yayladagi 10/12/2024 REUTERS/Dilara Senkaya
Sírio Ala Jabeer, que fugiu para a Turquia em 2011, e sua filha de 10 anos Sirin na passagem de fronteira de Yayladagi 10/12/2024 REUTERS/Dilara Senkaya

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Por Ece Toksabay e Mert Ozkan

YAYLADAGI, Turquia (Reuters) - Ala Jabeer chorou enquanto se preparava para atravessar a fronteira da Turquia para a Síria com sua filha de 10 anos nesta terça-feira, treze anos depois de a guerra o forçar a fugir de casa.

Ele retorna sem sua esposa e três de seus filhos, que morreram em terremotos devastadores que atingiram a Turquia e a Síria no ano passado.

Pai e filha partiram poucos dias depois de rebeldes sírios expulsarem Bashar al-Assad de Damasco e um dia após o presidente turco, Tayyip Erdogan, dizer que a Turquia abriria o portão de fronteira de Yayladagi para administrar o retorno de alguns dos mais de 3 milhões de imigrantes sírios que o país abriga.

'Assim como chorei pelas crianças que perdi no terremoto, estou chorando hoje porque estou deixando Hatay e a Turquia para trás', afirmou Jabeer, um ex-trabalhador de navio que chegou à província turca de Hatay em 2011.

Dois terremotos no início de 2023 mataram mais de 50.000 pessoas no sul da Turquia. A cidade de Antakya, onde Jabeer e sua família moravam, foi uma das mais atingidas. A região ainda está se recuperando da destruição generalizada.

No fim de semana, os rebeldes tomaram Damasco e Assad fugiu para a Rússia após 13 anos de guerra civil. A Turquia afirmou que não deu apoio e não se envolveu na ofensiva das forças de oposição sírias que apoiou durante anos contra Assad.

Os sírios na Turquia estão animados com a perspectiva de voltar para casa desde a rebelião.

Jabeer estava esperançoso com o futuro enquanto preenchia a papelada para ele e sua filha Sirin em uma unidade de serviço móvel na fronteira em Yayladagi, que estava tranquila apesar da iniciativa de Erdogan de reabri-la para aliviar a pressão em outra passagem na região.

'Se Deus quiser, as coisas serão melhores do que sob o governo de Assad. Já vimos que sua opressão acabou. Estamos voltando porque agora achamos que os que assumiram o poder já estão fazendo coisas para acabar com a opressão', disse.

'O motivo mais importante para eu voltar é que minha mãe mora em Latakia. Ela pode cuidar da minha filha, para que eu possa trabalhar', disse Jabeer, acrescentando que era grato à Turquia por cuidar deles com serviços de saúde, abrigo e empregos.

Na segunda-feira, Erdogan destacou a meta de 'retornos voluntários, seguros, dignos e regulares', enquanto a Síria se estabiliza.

A passagem de Yayladagi, próxima à fronteira noroeste da Síria, estava fechada desde 2013 devido aos combates nas proximidades.

Membro da Otan, a Turquia controla áreas de terra no norte da Síria após várias incursões transfronteiriças contra a milícia curda síria YPG, que Ancara considera um grupo terrorista ligado aos militantes do PKK que lutam contra o Estado turco há 40 anos.

A Turquia disse no domingo que queria que a nova administração síria fosse inclusiva e que os sírios determinassem seu próprio futuro.

(Reportagem de Ece Toksabay, Mert Ozkan, Dilara Senkaya)

Escrito por Reuters

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