Sob comoção, vítimas de ataque em creche de Blumenau começam a ser enterradas
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Por Vinícius Bretzke e Wellington Civiero
BLUMENAU, Santa Catarina (Reuters) - Moradores de Blumenau se reuniram nesta quinta-feira em um cemitério da cidade catarinense para acompanhar o enterro de uma das quatro crianças mortas em um ataque à machadinha cometido na véspera por um homem de 25 anos em uma creche local.
Enquanto o caixão era carregado para o sepultamento, as diversas pessoas presentes aplaudiam, emocionadas. Uma missa foi realizada e diversas coroas de flores com mensagens de solidariedade foram enviadas para complementar as homenagens.
Na quarta-feira, um homem de 25 anos escalou o muro da creche Cantinho do Bom Pastor e matou quatro crianças, entre 4 e 7 anos, deixando outras cinco feridas, antes de se entregar e ser preso pela Polícia Militar de Santa Catarina.
O Hospital Santo Antônio anunciou que as quatro crianças feridas que estavam sob cuidado da instituição receberam alta médica e já estão em casa com seus familiares após passarem por procedimentos cirúrgicos e exames. O quinto ferido já estava em casa.
A Polícia Civil de Santa Catarina afirmou na quarta-feira que o autor do ataque será acusado pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de homicídio, e assegurou que o atentado foi um fato isolado, sem coordenação de terceiros ou relação com outras atividades criminais.
A tragédia na creche em Blumenau aconteceu após o ataque em 27 de março de um estudante de 13 anos que matou a facadas uma professora e feriu outras pessoas em uma escola estadual no bairro de Vila Sônia, zona oeste da cidade de São Paulo.
Os ministros da Educação, Camilo Santana, e da Saúde, Nísia Trindade, discutiram nesta quinta os planos de um grupo de trabalho criado pelo governo federal para propor medidas de prevenção da violência em escolas. Já na próxima semana serão 150 milhões de reais investidos em ações, disseram.
'São primeiras ideias importantes que foram sugeridas na reunião de hoje, mas que serão consolidadas, sistematizadas ao longo das reuniões do grupo de trabalho. São ações que mexem com vários setores sociais, a importância de unir o Brasil em defesa da vida e da paz', disse Santana.
O grupo será formado por oito ministérios e terá reuniões semanais e mensais, tendo o prazo de 90 dias para apresentar uma proposta de uma política ampla de enfrentamento à violência nas escolas.
(Reportagem adicional de Fernando Cardoso, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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