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Suspeito de ser líder de milícia de Darfur sustenta inocência em julgamento no TPI

Placeholder - loading - Edifício do Tribunal Penal Internacional em Haia, Holanda 16/01/2019 REUTERS/Piroschka van de Wouw
Edifício do Tribunal Penal Internacional em Haia, Holanda 16/01/2019 REUTERS/Piroschka van de Wouw

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HAIA - Um sudanês acusado de ordenar que milhares de milicianos Janjawid pró-governo cometessem atrocidades, incluindo assassinatos e estupros na região sudanesa de Darfur, disse aos juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) nesta sexta-feira que eles pegaram o homem errado.

No primeiro julgamento do TPI sobre supostas atrocidades em Darfur, promotores afirmaram no início desta semana que Ali Muhammad Ali Abd-Al-Rahman era o líder da milícia Janjawid, conhecido pelo nome de guerra Ali Kushayb, que liderou os combatentes pró-governo no auge do conflito entre 2003 e 2004.

'Eu não sou Ali Kushayb. Não conheço essa pessoa', disse Abd-Al-Rahman aos juízes no final de seu julgamento.

O réu disse que se entregou voluntariamente ao tribunal em 2020 para limpar seu nome, acrescentando que não tinha nada a ver com as acusações contra ele. Os advogados de Abd-Al-Rahman pediram sua absolvição.

Em declaração final, o promotor do TPI, Karim Khan, disse aos juízes que, durante o julgamento, testemunhas de acusação deram 'relatos detalhados de assassinatos em massa, tortura, estupro, ataque contra civis, queima e pilhagem de vilarejos inteiros' e provaram seu caso além de qualquer dúvida razoável.

Os argumentos finais marcam o fim do primeiro e único julgamento do TPI sobre crimes no Sudão desde que o caso foi encaminhado pelo Conselho de Segurança da ONU em 2005.

Ainda há mandados de prisão pendentes contra autoridades sudanesas, incluindo um que acusa o ex-presidente Omar al-Bashir de genocídio.

(Reportagem de Stephanie van den Berg)

Escrito por Reuters

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