O Show dos Rolling Stones que Quebrou 56 Anos de Barreiras em Havana
Oito anos atrás, Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood faziam história na capital cubana. Se o rock foi um gênero musical outrora proibido, a banda resolveu fazer um show que pudesse fazer jus a todos os anos em que a população não teve acesso a apresentações de tamanha magnitude. Para se ter uma referência, é como se os Rolling Stones tivessem feito uma espécie de Rock in Rio na edição em que o Queen. Havia cerca de 500 mil pessoas presentes, de acordo com fontes das autoridades locais, quando os sons energizantes de “Jumpin’ Jack flash” abriram o concerto histórico.
A primeira banda de rock a se apresentar no país havia estado lá 11 anos antes, com Chris Cornell e Tom Morello, da Audioslave, uma vez que o gênero musical era considerado pelo governo Castro como uma ferramenta imperialista e capitalista americana.
Diferentemente dos shows atuais, nos quais os cantores enxergam com maior facilidade os smartphones do que os rostos de seu público, a plateia de Havana trouxe um clima muito singular. Por mais que houvesse um grau técnico de imensa qualidade no show e muita tecnologia envolvida, o clima “old school” dos Rolling Stones combinava com a energia da cidade. Sem anúncios publicitários, lojas e “serviços associados”; com pessoas que registravam os momentos com seus celulares, mas não de forma excessiva; sem ao menos praça de alimentação, bebidas alcóolicas ou banheiros químicos, era a verdadeira música pela música que determinava as regras da Cidade Esportiva de Havana.