Queixa de Trump contra NBC por documentário de Stormy Daniels é rejeitada por juiz
Por Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - A queixa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump contra a NBCUniversal, da Comcast, sobre um recente documentário acerca da atriz pornô Stormy Daniels, foi rejeitada nesta sexta-feira pelo juiz que está supervisionando o julgamento criminal do político, que ocorrerá no dia 15 de abril. O juiz Juan Merchan afirmou que a alegação de Trump de que Daniels e a NBC conspiraram para exibir a produção antes do julgamento não tinha base legal. Os advogados de Trump e a NBCUniversal não responderam imediatamente a pedidos para que comentassem a decisão. O ex-presidente é acusado de encobrir que seu ex-advogado Michael Cohen pagou 130 mil dólares a Daniels para comprar seu silêncio antes da eleição de 2016, em relação a um encontro sexual que ela diz ter tido com Trump em 2006. Candidato republicano à Presidência nas eleições deste ano, Trump afirmou ser inocente de 34 acusações por falsificação de registros financeiros e nega ter se encontrado com Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford. O documentário, chamado “Stormy”, foi publicado no Peacock, serviço de streaming da NBC, em 18 de março. O julgamento estava inicialmente marcado para começar em 25 de março, mas Merchan o adiou em três semanas depois de Trump ter alegado que os procuradores da Procuradoria-Distrital de Manhattan estavam tentando esconder evidências. O magistrado depois afirmou que essa preocupação não tinha mérito algum. Na decisão desta sexta-feira, Merchan escreveu que Trump citou a NBC em 11 de março por documentos relacionados à data do julgamento e a quaisquer pagamentos a Daniels. A NBC pediu a rejeição da queixa em 20 de março, afirmando que Daniels não tinha o direito de aprovar o conteúdo ou o momento da divulgação do documentário. O ex-presidente também enfrenta outros três processos criminais, que todavia não possuem datas para serem julgados. É possível que a ação por suborno a Daniels seja a única a ir a julgamento antes da eleição presidencial do dia 5 de novembro, quando ele enfrentará o atual mandatário, Joe Biden. (Reportagem de Luc Cohen, em Nova York; reportagem adicional de Sheila Dang)