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Tarifa mais elevada de Trump matará o pequeno reino africano de Lesoto, diz economista

Placeholder - loading - Funcionários de uma fábrica caminham para casa após o trabalho na pefiferia de Maseru, em Lesoto 06/10/2022 REUTERS/Siphiwe Sibeko
Funcionários de uma fábrica caminham para casa após o trabalho na pefiferia de Maseru, em Lesoto 06/10/2022 REUTERS/Siphiwe Sibeko
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Por Marafaele Mohloboli

MASERU (Reuters) - Uma tarifa comercial recíproca de 50% imposta ao Lesoto, a mais alta anunciada pelo presidente dos EUA, matará o pequeno reino do sul da África que Donald Trump ridicularizou no mês passado, disse um analista econômico nesta quinta-feira.

O Lesoto, que Trump descreveu em março como um país do qual 'ninguém nunca ouviu falar', é uma das nações mais pobres do mundo, com um PIB (Produto Interno Bruto) de pouco mais de US$2 bilhões.

O país tem um grande superávit comercial com os Estados Unidos, graças principalmente às suas exportações de diamantes e têxteis, incluindo jeans Levi's, para o mercado norte-americano.

Suas vendas para os Estados Unidos, que em 2024 totalizaram US$237 milhões, representam mais de 10% de seu PIB.

Na quarta-feira, Trump impôs novas e abrangentes tarifas aos parceiros comerciais globais, derrubando décadas de comércio baseado em regras e ameaçando aumentar os custos para os consumidores.

Ele disse que as tarifas 'recíprocas' eram uma resposta às taxas e outras barreiras não tarifárias impostas aos produtos americanos. O Lesoto cobra 99% de tarifas sobre os produtos americanos, de acordo com o governo dos EUA.

Na África, a medida sinalizou o fim do acordo comercial AGOA (Lei de Crescimento e Oportunidades para a África), que deveria ajudar as economias africanas a se desenvolverem por meio de acesso preferencial aos mercados dos EUA, segundo especialistas em comércio.

A iniciativa também aumentou as dificuldades para a região depois que Trump desmantelou a Usaid, agência governamental que era uma das principais fornecedoras de assistência ao continente.

'A tarifa recíproca de 50% introduzida pelo governo dos EUA vai acabar com o setor têxtil e de vestuário do Lesoto', disse à Reuters Thabo Qhesi, analista econômico independente baseado em Maseru.

A Oxford Economics disse que o setor têxtil, com cerca de 40 mil trabalhadores, é o maior empregador privado do Lesoto e responde por aproximadamente 90% dos empregos no setor industrial e das exportações.

'Depois temos os varejistas que vendem alimentos. E há os proprietários de imóveis residenciais que alugam casas para os trabalhadores. Isso significa que, se houver o fechamento de fábricas, o setor morrerá e haverá efeitos multiplicadores', disse Qhesi.

'Portanto, o Lesoto estará morto, por assim dizer.'

O governo do Lesoto, uma nação montanhosa de cerca de 2 milhões de habitantes cercada pela África do Sul, não fez comentários imediatos sobre as tarifas comerciais na quinta-feira.

Seu ministro das Relações Exteriores disse à Reuters no mês passado que o país, que tem uma das maiores taxas de infecção por HIV/Aids do mundo, já estava sentindo o impacto dos cortes na assistência, pois seu setor de saúde dependia deles.

A fórmula usada para calcular as tarifas dos EUA considerou o déficit comercial dos EUA em mercadorias com cada país como um indicador de supostas práticas desleais e também a quantidade de mercadorias importadas para os Estados Unidos daquele país.

Na prática, países que importam apenas pequenas quantidades de mercadorias dos EUA, como Lesoto e Madagascar, foram atingidos por tarifas mais punitivas do que países muito mais ricos.

Esse também é o caso do Vietnã, Nicarágua e Camboja, cujas exportações para os Estados Unidos representam mais de 25% do PIB, de acordo com a Oxford Economics.

Um vendedor de milho em Maseru, Sekhoane Masokela, viu o anúncio de Trump como um motivo para buscar novos mercados.

'O país dele (de Trump) não é o único, então ele está nos dando uma oportunidade de cortar os laços com ele e procurar outros países. É evidente que ele não quer mais ter nada a ver conosco', disse Masokela.

Escrito por Reuters

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