Tatuagens podem detectar doenças crônicas
E se, em vez das picadas, fosse possível aferir alguns índices apenas com um desenho sobre a pele? Essa é a ideia!
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Cientistas na Alemanha estão prestes a facilitar – e muito – a vida daqueles que sofrem de doenças crônicas, como diabetes e insuficiência renal. Estes pacientes precisam monitorar constantemente certos índices detectáveis pela corrente sanguínea para checar como anda a saúde.
E se, em vez das picadas, fosse possível aferir estes índices apenas com um desenho sobre a pele? Essa é a ideia!
A equipe liderada por Ali Yetisen, engenheiro químico da Universidade Técnica de Munique, desenvolveu uma tinta que, aplicada sob a pele, muda de cor sempre que o organismo está desregulado. As tonalidades do pigmento utilizado mudam de acordo com a flutuação da glicose, da abumina e do pH no sangue.
Essas tatuagens ainda não foram testadas em seres humanos, mas os testes preliminares em peles de porco mostraram que elas respondem de acordo com o esperado às variações na concentração dos biomarcadores. Apesar de ainda haver um longo caminho de testes até que elas possam ser usadas por médicos e pacientes, a invenção é bastante promissora.
O estudo, publicado na revista científica Angewandte Chemie International Edition, foi capaz de estimar com sucesso as concentrações dos compostos vendo apenas fotos das tatuagens em celulares. A proposta chama atenção principalmente por agilizar a resposta médica para reverter algo que não está de acordo.
Os biomarcadores foram ecolhidos por indicarem anomalias versáteis. A albumina, em níveis baixos, aponta para problemas no rim ou no fígado; em altos, problemas cardíacos. Já a diabetes compromete a capacidade do corpo de metabolizar açúcares, sendo a quantidade de glicose no sague alterada. As alterações de pH, por sua vez, fazem o sangue ficar mais ácido ou mais alcalino, dando indício para outras várias doenças.
A tinta detecta as mudanças nessas substâncias pois fica em contato com o fluido intersticial, líquido que banha as células e permite que troquem nutrientes. Todas as três tatuagens começam amarelas e, com o aumento dos índices, vão ficando mais azuladas ou esverdeadas. O problema é que, por enquanto, só o pigmento do pH é reversível — os outros só funcionam uma vez.
O próximo passo é incluir nas tintas receptores sintéticos que as façam mudar sempre de cor e testá-las em animais vivos, para saber se causam reações adversas. Futuramente, outras condições poderão ser averiguadas, como a presença de certos micróbios e até de desidratação.
Tatuagens e saúde
Essa não é a primeira vez que os desenhos, que geralmente têm finalidade estética, servem também para cuidar da saúde. Pacientes alérgicos a medicamentos têm adotado o adorno para alertar as outras pessoas sobre sua alergia em caso de atendimentos emergenciais. Isso é: tatuar na pele os nomes dos remédios que provocam a reação.
Não é de hoje que médicos recomendam que diabéticos levem consigo algum acessório que identifique que ele tem a doença. Pode ser um colar, uma pulseira, um cartão e, até mesmo, uma tatuagem.
Mas é importante lembrar: sempre escolher um estabelecimento seguro, além de consultar seu médico para saber se ele pode se submeter ao procedimento de fazer a tatuagem.
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