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Taxas de juros a partir de 2026 caem enquanto mercado espera por pacote fiscal

Placeholder - loading - Foto ilustrativa com moedas de 1 real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Foto ilustrativa com moedas de 1 real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs a partir de 2026 fecharam a terça-feira em queda, ainda que limitada entre os contratos mais longos, com investidores à espera do pacote de medidas fiscais do governo Lula, em um dia marcado no exterior pela fuga de ativos de risco em função da escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Na ponta curta da curva a termo as taxas se sustentaram em leve alta, com o mercado mantendo a precificação majoritária de elevação em dezembro de 75 pontos-base da Selic, hoje em 11,25% ao ano.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 -- que reflete as apostas para a Selic no curtíssimo prazo -- estava em 11,456%, ante 11,443% do ajuste anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 13,22%, ante o ajuste de 13,316%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,06%, ante 13,104% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,94%, ante 12,972%.

No exterior, o ataque da Ucrânia ao território da Rússia com mísseis norte-americanos -- o primeiro do atual conflito -- elevou as tensões no leste europeu.

Já a Rússia emitiu um sinal de alerta aos Estados Unidos ao alterar seus parâmetros para um ataque nuclear, apenas alguns dias depois que o governo do presidente Joe Biden supostamente permitiu que a Ucrânia dispare mísseis norte-americanos no território russo. A doutrina atualizada descreve as ameaças que fariam com que a Rússia, a maior potência nuclear do mundo, usasse estas armas.

Em reação às notícias, os investidores foram em busca de ativos de segurança, como títulos norte-americanos e o dólar. Isso fazia os rendimentos dos Treasuries cederem e a moeda norte-americana subir ante boa parte das demais divisas, incluindo o real.

No Brasil, porém, a aversão ao risco não se traduziu em uma abertura da curva de DIs -- algo que seria esperado.

“Temos no Brasil um movimento minimamente mais propenso ao risco. O rumor de que a apresentação do pacote fiscal pelo governo poderá atrasar ainda mais sequer conseguiu piorar o humor”, comentou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, chamando atenção para a queda das taxas dos DIs nos contratos para janeiro de 2026 e 2027 e para a leve alta do Ibovespa durante a tarde.

Apesar da queda das taxas em vários vértices, os DIs seguiam refletindo nesta terça-feira a expectativa pelo pacote fiscal do governo -- que, pelo cálculo de alguns agentes, tem mais chances de sair a partir de quinta-feira, já que o encontro do G20 no Rio de Janeiro terminará nesta terça e haverá o feriado do Dia da Consciência Negra na quarta.

Pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a necessidade de um choque fiscal positivo para assegurar a redução dos prêmios de risco dos ativos brasileiros, que estariam elevados em razão das dúvidas do mercado sobre a capacidade do governo em equilibrar as contas públicas.

Sem novidades por parte do governo na área fiscal, perto do fechamento desta terça-feira a curva brasileira precificava 70% de probabilidade de alta de 75 pontos-base da Selic no próximo mês e 30% de chance de elevação de 50 pontos-base. Na segunda-feira os percentuais eram de 64% e 36%, respectivamente.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 3 pontos-base, a 4,382%.

Escrito por Reuters

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