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Taxas de juros longas sobem no Brasil após dados fortes do mercado de trabalho dos EUA

Placeholder - loading - Moedas de 1 real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Moedas de 1 real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a sexta-feira em alta firme, em especial entre os contratos com prazos mais longos, após dados fortes do mercado de trabalho dos EUA sugerirem que o Federal Reserve terá menos espaço para cortar juros, em um dia marcado ainda pelo anúncio da inflação acima da meta no Brasil em 2024.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 -- um dos mais líquidos no curtíssimo prazo -- estava em 14,04%, ante o ajuste de 13,984% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 15,055%, ante o ajuste de 14,941%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 15,19%, ante 14,951% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 15,02%, ante 14,781%.

O dia começou com a divulgação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,52% em dezembro e fechou 2024 com alta acumulada de 4,83%. Profissionais ouvidos pela Reuters esperavam por alta de 0,57% no mês e de 4,88% no ano.

O resultado anual ficou acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 4,5% (3,0% para o centro da meta, com tolerância de 1,5 ponto percentual), mas ainda assim fez pouco preço nesta sexta-feira, conforme operador da mesa de um grande banco de investimentos ouvido pela Reuters. Isso porque o estouro da meta já era largamente esperado.

Mais do que o IPCA, os dados do relatório de empregos payroll, divulgados às 10h30 nos EUA, impulsionaram as taxas dos DIs no Brasil, em sintonia com a disparada dos rendimentos dos Treasuries logo após o anúncio.

O Departamento do Trabalho norte-americano informou que foram abertos 256.000 postos de trabalho fora do setor agrícola em dezembro, após 212.000 em novembro, em dado revisado para baixo. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 160.000 vagas, depois de 227.000 relatadas anteriormente em novembro. As estimativas para dezembro variaram de 120.000 a 200.000.

O forte resultado sugeriu que a inflação seguirá pressionada nos EUA e que, por isso, o Federal Reserve terá menos espaço para cortar juros.

“O dado acima do projetado mostra novamente a resiliência do mercado de trabalho americano, e reforça a dificuldade do Federal Reserve em continuar com o ciclo de cortes de juros”, disse Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad, em comentário enviado a clientes.

“Em resposta à divulgação, os juros dos Treasuries apresentam alta na maioria dos vencimentos nesta manhã, e as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenham que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado”, acrescentou.

No Brasil, este cenário afetou principalmente a ponta longa da curva a termo. Às 13h29, a taxa do DI para janeiro de 2031 estava na máxima de 15,22%, em alta de 27 pontos-base ante o ajuste da véspera.

Na ponta curta as taxas também subiram, ainda que de forma limitada, com profissionais destacando o fato de a sessão ter sido novamente de menor liquidez, com “falta de player novamente”, nas palavras do operador ouvido pela Reuters. No início de cada ano, é comum que a liquidez nos mercados diminua, após a forte movimentação do fim do ano anterior.

A parte curta da curva voltou a elevar um pouco as chances de o Banco Central subir a taxa básica Selic em 1,25 ponto percentual em janeiro -- embora estas apostas sigam minoritárias.

Perto do fechamento desta sexta-feira a curva precificava 73% de probabilidade de elevação de 100 pontos-base da Selic no fim deste mês, contra 27% de chance de aumento de 125 pontos-base. Na véspera os percentuais eram de 76% e 24%, respectivamente. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano.

Como a meta de inflação em 2024 foi descumprida pelo Banco Central, o novo presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, precisará enviar uma carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para explicar os motivos. O documento será divulgado às 18h00 pelo BC.

Investidores estarão atentos a indicações, na carta, sobre como o BC justifica o descumprimento da meta e sobre quais medidas serão tomadas para reconduzir o IPCA para os 3%.

No exterior, às 16h36 o rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha alta de 13 pontos-base, a 4,39%. Já o retorno do papel de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 8 pontos-base, a 4,765%.

Escrito por Reuters

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