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TBT: Há 57 anos, os Beatles filmavam o seu maior fracasso

O Filme Magical Mistery Tour, produzido e dirigido pelos Fab Four, teve uma repercussão negativa da crítica em geral

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Nem mesmo ser o grupo musical mais bem-sucedido da história isenta uma banda de fracassar. E o primeiro fracasso dos Beatles havia começado a ser produzido no dia de hoje, há 57 anos.

Entre o lançamento do primeiro single dos Beatles em 1962 e a dissolução da banda no começo dos anos 1970, o grupo alcançou uma sequência impressionante de sucessos. Cada novo álbum atingia o primeiro lugar, e os singles quase sempre tinham grande potencial para conquistar o topo das paradas.

O álbum Sgt. Pepper 's Lonely Hearts Club Band, lançado em 1967, foi um marco nessa trajetória. O êxito do disco, que contava com o icônico hit "A Day in the Life", reforçou a ideia de que, independentemente dos experimentos musicais do quarteto, os fãs estariam ao lado deles. O single dominou as paradas da Billboard por 15 semanas.

E, naturalmente, toda essa autoconfiança ficou evidente na hora que decidiram gravar, produzir e dirigir o filme Magical Mystery Tour. Após meses dedicados ao Sgt. Peppers, a banda decidiu explorar a mente de Paul McCartney. No entanto, os membros se lançaram nesse projeto sem ter uma ideia clara do que queriam fazer. "Ainda não temos um roteiro. Mas temos um sujeito circulando pelos lavatórios da Grã-Bretanha, tirando notas das paredes", comentou John Lennon antes de começarem as filmagens.

No documentário The Beatles Anthology, Ringo Starr descreveu como estava a pré-produção. "Paul tinha um ótimo pedaço de papel - apenas um pedaço de papel branco em branco com um círculo", ele lembrou.

Essa ideia, por óbvio, não apresentava boas perspectivas para nenhum diretor. E, desta vez, os Beatles não estavam colaborando com Richard Lester, que havia dirigido seus dois primeiros filmes. O quarteto assumiu a direção, o que fez com que tudo se tornasse um pouco confuso.

Quando foi exibido, os espectadores da BBC não tinham a menor noção do que estavam vendo. Era aproximadamente 1967, e os Beatles estavam profundamente envolvidos no estilo psicodélico.

O jornal britânico Daily Express, à época, publicou uma crítica de primeira página na TV chamando Magical Mystery Tour de "lixo descarado", enquanto o Los Angeles Times anunciou "Beatles bombardeiam com filme de Yule" e a rede ABC cancelou sua opção de exibir o filme.

Outra parte da crítica chamou a produção de "um pedaço desconectado de bobagem" e "lixo".

Os espectadores da BBC ficaram chocados com o filme e comunicaram a emissora sobre isso. O filme foi exibido em preto e branco, enquanto todo o restante era colorido no estilo dos Pranksters, e a recepção foi desastrosa. A situação foi tão negativa que McCartney apareceu na televisão na noite seguinte para pedir desculpas.

Do que se tratava o filme, afinal?

Paul, inspirado pela viagem realizada pelo autor Ken Kesey e seus Merry Pranksters, teve a ideia de levar a banda a se aventurar pelos Estados Unidos em um ônibus escolar adornado com pinturas psicodélicas e uso de substâncias. A proposta era juntar uma diversidade de atores, artistas e amigos para explorar a Grã-Bretanha a bordo de um ônibus turístico.

Essa jornada lembraria os passeios típicos que os moradores de Liverpool costumavam fazer para apreciar as iluminações de Blackpool. Entretanto, ao longo do caminho, o quarteto, sob o efeito do LSD, se depararia com experiências que se pretendiam surrealistas, como se fosse uma tentativa de mesclar os elementos clássicos da cultura britânica, que faziam os Beatles se sentirem representados, com as influências psicodélicas inovadoras que trouxeram à cultura.

No entanto, a confiança excessiva das gigantes do rock na sua competência cultural levou à falta de um roteiro adequado. A ideia de filmar acontecimentos espontâneos e excêntricos, que supostamente emergiriam naturalmente de sua extravagância, logo se mostrou irreal, pois viajar sem a equipe habitual trouxe muitos desafios. A logística necessária para alimentar e acomodar cerca de 40 figurantes demandou tempo e recursos que poderiam ter sido melhor aplicados em um planejamento mais cuidadoso.

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Grande parte do diálogo apresenta uma troca improvisada entre Ringo Starr e sua tia Jessie, interpretada pela atriz Jessie Robins. O filme também inclui uma participação especial do comediante Victor Spinetti, que entrega falas com a bravata de um sargento instrutor, junto com interlúdios musicais dos Beatles — que usam máscaras de animais para cantar "I Am The Walrus" — e Vivian Stanshall com sua Bonzo Dog Doo-Dah Band.

O filme apresenta também sequências aleatórias, como anões em luta, carros competindo com o ônibus em um campo de aviação em desuso, um garçom empilhando baldes de espaguete no prato da tia Jessie (inspirado em um sonho de John Lennon) e cenas em um laboratório, onde os membros da banda aparecem com chapéus vermelhos de mágicos, elaborando suas poções.

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Uma locução em off promete "uma jornada inesquecível", ressaltando a desconexão entre a obra que os Beatles acreditavam estar criando e a realidade confusa e autoindulgente apresentada na tela

Álbum de sucesso

O que os Beatles realmente dominavam era a música. Com os ecos de "Sgt. Pepper" ainda reverberando nos estúdios da EMI, o grupo dedicou-se intensamente a gravar seis notáveis canções psicodélicas para a trilha sonora de seu filme. O investimento na produção continuava alto, pois eles não se apressavam em aperfeiçoar essas novas criações sonoras.

Entretanto, apenas seis faixas não eram suficientes para um álbum completo que acompanhasse "Sgt. Pepper", e a banda estava ocupada demais com as filmagens para compor mais músicas. Assim, decidiu-se que as seis canções seriam lançadas como um EP duplo, um formato que ainda era bastante popular na Grã-Bretanha na época. Porém, essa tendência não se refletiu nos Estados Unidos, onde os poucos EPs dos Beatles lançados não chegaram a figurar entre os 40 mais ouvidos. O público americano simplesmente não se interessava por esse formato.

Segundo a imprensa da época, especialmente a edição de 25 de novembro de 1967 da revista Billboard, a Capitol Records tomou a "decisão de lançar as seis gravações que constituiriam a trilha sonora do próximo projeto televisivo dos Beatles, 'Magical Mystery Tour', em formato de álbum nos EUA". Essas faixas formariam o lado um do disco, enquanto as cinco músicas que o grupo havia lançado como singles ao longo do ano completariam o lado dois. Essa estratégia foi considerada acertada, pois, após o sucesso estrondoso de "Sgt. Pepper", era certo que o público americano ficaria tentado a se aprofundar nessa nova obra.

E não foi diferente. Com uma capa de álbum elaboradamente dobrável, acompanhada de um livreto de 24 páginas que mostrava os Beatles em poses "exóticas" e apresentava histórias em quadrinhos sobre sua jornada "misteriosa", o lançamento foi visto como uma continuação profundamente inovadora de "Sgt. Pepper", que parecia elevar o "verão do amor" a um novo patamar. Apesar das notas informativas que destacavam que as músicas eram de um filme de televisão em cores, essa informação passou despercebida por muitos fãs americanos. A combinação das melodias com as imagens vibrantes da embalagem oferecia uma experiência sensorial irresistível. Que forma mais emocionante de dar sequência a "Pepper"?

O álbum trouxe grandes sucessos como "I Am the Walrus" e "The Fool on the Hill", demonstrando a criatividade dos Beatles através de sonoridades inusitadas e letras peculiares. Faixas como "Strawberry Fields Forever" e "Penny Lane" também foram incluídas, enriquecendo ainda mais o conteúdo do disco. Essas canções capturaram o lado sonhador da música da banda e ajudaram a definir o som do rock psicodélico dos anos 60.

Apesar de o programa de TV não ter obtido grande aclamação, o álbum "Magical Mystery Tour" se consolidou como um clássico. Ele é lembrado como um período em que os Beatles exploravam novas ideias e ampliavam as fronteiras do que a música rock poderia ser. O universo colorido e vibrante que eles criaram através de suas canções ainda provoca sorrisos e fascinação até hoje.


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