Temer diz que é preciso romper histórico de querer recriar Estado a cada 30 anos
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(Reuters) - Na véspera do aniversário de 30 anos da atual Constituição, o presidente Michel Temer defendeu nesta quinta-feira que não há caminho fora da Carta Magna e que o Brasil precisa romper seu histórico de querer reinventar o Estado a cada 20, 30 anos.
'O correto é dizer, reiterar, enaltecer, ressaltar, repetir, afirmar e reafirmar, que não há caminho fora da Constituição federal”, disse Temer em cerimônia sobre educação no Palácio do Planalto.
A declaração do presidente ocorre no meio de uma campanha eleitoral em que o programa do candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, menciona a eleição de uma Assembleia Constituinte exclusiva, e o candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), general da reserva Hamilton Mourão, falou na possibilidade de uma Constituinte formada por notáveis.
Haddad já suavizou a proposta, afirmando que uma Constituinte virá 'se o Congresso assim entender', e membros da campanha de Bolsonaro rebateram os comentários de Mourão, afirmando que o papel para reformar a Constituição cabe àqueles 'que têm legitimidade para isso'.
'Nós temos uma vocação, quase uma necessidade, quase uma compulsão, para cada 30 anos, em vez de nos unirmos e dizermos ‘vamos levar o país para frente’, não, nós temos uma crise institucional, precisamos modificar o país”, disse, num momento de fortíssima polarização na disputa eleitoral.
'Vamos romper com esse ciclo perverso que domina a história brasileira, a história estatal, constitucional brasileira e que, a cada 20, 30 anos, precisa haver uma crise para mudar o Estado brasileiro. Não é isso não.'
Pouco depois da cerimônia, a NBR exibiu entrevista do presidente ao canal estatal sobre os 30 anos da Constituição e reforçou que o importante é evitar retrocessos.
'Temos uma democracia consolidada, o que a gente precisa é tomar cuidado para não retroceder', disse o presidente.
'O que precisa daqui para a frente é fazer as reformas para as quais nós abrimos caminho', acrescentou.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
Escrito por Thomson Reuters