TIM inicia limpeza de base de clientes inativos da Oi, negocia contratos de torres
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SÃO PAULO (Reuters) - A TIM inicia neste mês processo de eliminação de sua base de clientes inativos obtidos com a aquisição dos ativos da Oi Móvel e está negociando com empresas de torres contratos herdados de instalações que estão sobrepostas a sua rede atual, afirmaram executivos nesta terça-feira.
A operadora controlada pela Telecom Italia ficou com 17 milhões de clientes da antiga Oi Móvel e parte 'material' dessa base será eliminada por ser uma fonte de custo regulatório sem que esteja utilizando os serviços da TIM.
O presidente-executivo, Alberto Griselli, não revelou o número total de eliminações durante conferências com analistas e jornalistas nesta terça-feira, mas afirmou que até setembro a empresa migrou 2,5 milhões de clientes que eram da Oi Móvel para sua base.
As operadoras de telecomunicações do país têm que pagar ao governo federal cerca de 20 reais em taxas por ano por cliente e a medição é feita ao final de cada ano, disseram executivos da TIM. A maior parte da limpeza da base da Oi a ser feita pela TIM vai ocorrer até o final deste ano para evitar esse custo, com o restante até o final do primeiro trimestre, disse Griselli.
A rival Telefônica Brasil anunciou no final de outubro a desconexão de 3 milhões de linhas móveis compradas da Oi. Quando questionado sobre o número da desconexões a ser feito pela TIM, Griselli respondeu que será 'material, não é pequeno'.
A TIM terminou o terceiro trimestre com uma base de clientes de telefonia móvel de 68,8 milhões, crescimento de 33% sobre um ano antes, diante da adição das linhas da Oi.
A receita média por cliente, chamada de Arpu, caiu 5,8%, para 24,9 reais, em parte por um efeito matemático da adição dos usuários da Oi que possuem serviços mais baratos que os da TIM.
Griselli afirmou que a prioridade atual da TIM é concluir a integração dos clientes da Oi Móvel aos planos da operadora que sejam equivalentes ou superiores aos da ex-rival e que num segundo momento a empresa poderá buscar vender a eles ofertas adicionais, o que permitiria uma elevação do Arpu. A própria limpeza da base também ajudará nesta tarefa.
Além dos clientes, a TIM recebeu milhares de contratos e equipamentos da Oi Móvel e identificou que precisa se livrar de cerca de 4.700 torres que estão atualmente em áreas próximas ou sobrepostas a equipamentos da companhia.
A meta é desligar 400 dessas torres este ano com o restante a ser eliminado até 2024, disseram executivos da TIM, que ficará com 2.500 torres que antes estavam alocadas para a Oi.
As torres são de empresas especializadas no segmento e que alugam a infraestrutura para as operadoras instalarem seus equipamentos. Os termos são regidos por contratos de aluguel que a TIM está negociando para encerrar 'sem grandes atritos', disse um executivo.
A TIM recebeu interesse de um grupo sobre parte dos equipamentos dessas torres a serem 'descomissionadas' e o restante, mais antigo e usado em redes 2G, por exemplo, será descartado. Alguns equipamentos mais novos, em vez de vendidos, poderão ser incorporados à rede atual da TIM. Os executivos não deram números.
Questionado sobre projeções de investimento da companhia para este ano e o próximo, o presidente da TIM comentou que a empresa mantém expectativa de investimento em 2022 em linha com o aplicado em 2021, da ordem de 4,4 bilhões de reais, e que o quarto trimestre tradicionalmente passa por uma aceleração nos desembolsos.
Neste ano até setembro, a TIM investiu 3,35 bilhões de reais, 7,3% acima do mesmo período de 2021, segundo o balanço divulgado na noite da véspera. No terceiro trimestre, a operadora desembolsou 978 milhões.
Para o período de 2022 a 2024 a expectativa é de investimentos de 14 bilhões de reais, mas Griselli mencionou que, diante de uma implementação mais rápida da rede 5G que o planejado anteriormente, a TIM identificou oportunidade de reduzir a cifra.
Ele afirmou que há uma oportunidade de redução de 600 milhões de reais entre 2023 e 2024 e ela 'está se materializando'.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
Escrito por Reuters
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