Três dias sem Luz: Falhas da Enel Prolongam Apagão em SP Após Tempestade

Na última sexta-feira (11), São Paulo foi atingida por uma violenta tempestade, cujos efeitos ainda estão reverberando! Sete pessoas morreram, e ventos de até 107,6 km/h varreram a região, sendo os mais fortes registrados na capital desde 1995, conforme dados da Defesa Civil. As fatalidades incluem três em Bauru, duas em Cotia, uma em Diadema e outra na cidade de São Paulo.

Nesta segunda-feira (14), a Enel informou que mais de 500 mil clientes seguem sem energia na Grande São Paulo, com este sendo o terceiro dia de apagão. Segundo boletim das 5h40, a empresa tenta restabelecer o serviço a 537 mil pessoas. Na capital, 354 mil ainda permanecem sem luz. Entre as cidades mais prejudicadas estão São Bernardo do Campo, com 28,1 mil afetados, Taboão da Serra, com 32,7 mil, e Cotia, com 36,9 mil. Na capital, os bairros mais afetados neste momento são Jabaquara, Pedreira, Jardim São Luís e Campo Limpo, afirmou a concessionária.

A Enel destacou que equipes vindas de estados como Rio de Janeiro e Ceará estão ajudando na recuperação do fornecimento. No entanto, apesar de 1,5 milhão de pessoas já terem tido o serviço normalizado, a empresa ainda não apresenta um prazo para restabelecer o fornecimento a todos os consumidores.

As falhas na comunicação da empresa com os clientes têm agravado os prejuízos, conforme apontam advogadas especialistas em direito do consumidor. Elas afirmam que os consumidores têm direito a ressarcimentos por danos materiais e morais causados pelo apagão.

No sábado (12), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que irá exigir explicações da Enel e cobrar melhorias no serviço. O diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, criticou a concessionária por não ter cumprido o plano de contingência para eventos climáticos extremos, elaborado após o apagão que atingiu São Paulo em 2023. Em entrevista ao G1, Feitosa destacou que a Enel mobilizou uma quantidade de funcionários inferior ao que havia sido previsto para enfrentar a tempestade que devastou a capital paulista, agravando a situação dos consumidores.

O Procon-SP também notificará a concessionária, pedindo um plano detalhado de contingência e esclarecimentos sobre as falhas no atendimento, principalmente quanto à falta de clareza em relação ao restabelecimento da energia. A advogada Fabiane Alves criticou a comunicação falha da Enel em entrevista ao UOL. “Prazos desencontrados e a falta de previsões confiáveis violam o Código de Defesa do Consumidor”, afirmou, ressaltando que esses erros podem resultar em maiores chances de indenizações por danos morais.

A advogada Larissa Mendes, também reforçou ao UOL que os clientes podem solicitar reembolso por danos materiais, como alimentos e medicamentos perdidos por falta de refrigeração. Ela recomenda que os consumidores documentem os prejuízos com fotos, vídeos e notas fiscais e enviem suas reclamações à Enel ou ao Procon.

A insatisfação com a resposta da Enel aumenta a pressão para que a concessionária resolva a crise rapidamente. O apagão, além de afetar diretamente a vida dos consumidores, também começa a repercutir politicamente, gerando trocas de acusações em meio ao período eleitoral para a prefeitura da cidade de São Paulo.

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